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França vai proibir manifestações de grupos da extrema-direita, diz ministro

Cerca de 600 ativistas se manifestaram no sábado em Paris em um marco da morte acidental do militante de extrema-direita Sebastien Deyzieu, em 1994. - Reprodução/Twitter
Cerca de 600 ativistas se manifestaram no sábado em Paris em um marco da morte acidental do militante de extrema-direita Sebastien Deyzieu, em 1994. Imagem: Reprodução/Twitter

09/05/2023 13h51

A França vai proibir manifestações de grupos de extrema-direita, anunciou nesta terça-feira (9) o ministro do Interior, Gérald Darmanin, após a polêmica causada por uma manifestação neonazista autorizada por Paris no sábado (6).

"Eu instruí os prefeitos" a emitirem "ordens de proibição" quando "qualquer ativista da extrema-direita" ou associação solicitar autorização para se manifestar, disse Darmanin.

"Vamos deixar que os tribunais julguem se a jurisprudência permite que essas manifestações ocorram", acrescentou durante uma sessão de controle do governo na Assembleia Nacional (câmara baixa do Parlamento).

Cerca de 600 ativistas do Comitê 9 de Maio, de acordo com as autoridades, se manifestaram no sábado em Paris em um marco da morte acidental do militante de extrema-direita Sebastien Deyzieu, em 1994.

Um jornalista da AFP descobriu que os manifestantes, vestidos de preto e muitas vezes mascarados, exibiam bandeiras pretas com a cruz celta - usada por supremacistas brancos.

As imagens desta manifestação causaram polêmica, especialmente enquanto as autoridades se esforçam para proibir os panelaços contra o presidente liberal Emmanuel Macron, organizados pelos sindicatos devido à sua polêmica reforma da Previdência.

A primeira-ministra, Élisabeth Borne, qualificou as imagens do ato desta terça-feira da extrema-direita como "chocantes", mas considerou que não havia motivos para proibi-lo por perturbação da ordem pública, e defendeu o "direito de manifestação".

A oposição de esquerda exigiu uma explicação do governo por permitir que "500 neonazistas e fascistas" desfilassem por Paris, nas palavras do senador socialista David Assouline.

Até mesmo a líder de extrema-direita Marine Le Pen, favorita nas pesquisas devido ao conflito social causado pela reforma da Previdência, qualificou a manifestação como "inadmissível".