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Mortos em culto de 'jejum para conhecer Jesus' passam de 200 no Quênia

09.mai.23 - Peritos forenses e detetives de homicídios da Diretoria de Investigações Criminais (DCI), se reúnem para exumar corpos de supostos seguidores de um culto cristão denominado "Igreja Internacional da Boa Nova", que acreditavam que iriam para o céu se morressem de fome, em Floresta Shakahola do condado de Kilifi, Quênia - STRINGER/REUTERS
09.mai.23 - Peritos forenses e detetives de homicídios da Diretoria de Investigações Criminais (DCI), se reúnem para exumar corpos de supostos seguidores de um culto cristão denominado "Igreja Internacional da Boa Nova", que acreditavam que iriam para o céu se morressem de fome, em Floresta Shakahola do condado de Kilifi, Quênia Imagem: STRINGER/REUTERS

13/05/2023 15h31

Subiu para 201 o número de pessoas mortas em práticas de jejum extremo promovidas por uma seita religiosa em uma floresta do Quênia, após a descoberta de mais 22 corpos - informou a prefeita regional, Rhoda Onyancha.

Segundo ela, 26 pessoas já foram detidas por envolvimento no massacre da floresta de Shakahola, incluindo o ex-taxista Paul Nthenge Mackenzie, um autoproclamado "pastor" da Igreja Internacional da Boa-Nova que incitava seus seguidores a se privarem de comida para "encontrar Jesus".

Mackenzie, de 50 anos, entregou-se às autoridades em 14 de abril, após a descoberta das primeiras fossas. Desde então, cerca de 50 já foram encontradas.

A busca por outros corpos será interrompida por dois dias para permitir reorganizar a investigação e será retomada na terça-feira, disse Onyancha.

Entre os detidos, estão membros de uma "gangue de capangas", que vigiavam para que ninguém quebrasse o jejum, ou tentasse fugir da floresta, acrescentou a prefeita.

As necropsias feitas até o momento revelaram que a maioria das vítimas, incluindo várias crianças, morreram de fome, embora também haja indícios de pessoas estranguladas, espancadas, ou sufocadas, segundo o legista do governo, Johansen Oduor.

Alguns corpos tiveram órgãos retirados, o que levantou suspeitas de "um tráfico de órgãos humanos bem coordenado que envolve vários atores", de acordo com um documento judicial divulgado na última segunda-feira.

No dia seguinte, porém, o ministro do Interior do Quênia pediu que se trata essa suspeita "com cautela", pois ainda é "uma hipótese em curso de investigação".

Onyancha disse que recebeu denúncias de cerca de 600 pessoas desaparecidas, algumas delas de aldeias próximas à floresta de Shakahola.

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© Agence France-Presse