Trump cometeu fraude ao inflar valor de seus bens, diz juiz
O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump e dois de seus filhos cometeram fraude ao inflarem o valor de imóveis e ativos financeiros da empresa familiar Trump Organization, decidiu um juiz de Nova York nesta terça-feira (26).
A decisão do juiz Arthur Engoron é um revés para Trump antes do início do julgamento do caso, marcado para a próxima segunda-feira.
Engoron estima que Donald Trump e seus filhos Donald Trump Jr. e Eric Trump, vice-presidentes executivos da Trump Organization, são "responsáveis" de "violações contínuas" da lei.
A procuradora-geral de Nova York, Letitia James, que apresentou a denúncia, acusou Trump e seus filhos de apresentarem números "gravemente inflados" para obter empréstimos bancários vantajosos e reduzir seus impostos de 2011 a 2021.
A denúncia alega que eles mentiram por anos ao fisco, a bancos e seguradoras em um esquema que, de forma sistemática, declararam valores errados sobre as propriedades da empresa para enriquecerem.
James pede uma multa de US$ 250 milhões (R$ 1,2 bilhão) e a proibição, tanto para o ex-presidente quanto para seus filhos, de dirigir qualquer empresa.
Os documentos apresentados pela procuradora-geral "mostram claramente" as "avaliações fraudulentas" de Donald Trump sobre os ativos do grupo, que atua nos setores imobiliário residencial, hoteleiro e de campos de golfe. Segundo James, a fraude foi de entre 1,9 e 3,6 bilhões de dólares (entre R$ 9,5 e 17,9 bilhões) por ano.
Trump, favorito para a indicação do Partido Republicano à Presidência nas eleições de 2024, classificou o caso como "caça às bruxas", chamando a procuradora-geral, negra e democrata, de "racista".
Em janeiro, a Trump Organization foi multada em 1,6 milhão de dólares (R$ 7,9 milhões) por um juiz de Nova York em um caso criminal de fraude fiscal e financeira.
Trump também enfrenta acusações federais por manuseio inadequado de documentos secretos e de conspiração por tentar anular os resultados das eleições de 2020.
Contra ele também pesam acusações na esfera estadual por supostos pagamentos para comprar o silêncio de uma atriz pornô em Nova York, e por pressões a funcionários para anular os resultados eleitorais favoráveis de Joe Biden no estado da Geórgia.
Em maio, o ex-presidente foi considerado responsável em um julgamento civil por agressão sexual contra uma colunista em 1996 e por difamação contra a mesma jornalista em comentários que fez no ano passado.
arb-nr/af/bur-cl/caw/am/mvv-lb/rpr
© Agence France-Presse
Deixe seu comentário