Ao menos um quarto dos feridos em Gaza sofrem 'lesões que mudam a vida'

A Organização Mundial da Saúde (OMS) informou nesta quinta-feira (12) que pelo menos um quarto das pessoas feridas na guerra em Gaza sofreram "lesões que mudaram suas vidas", muitas das quais requerem amputações e têm "enormes" necessidades de reabilitação. 

Segundo a OMS, pelo menos 22.500 pessoas feridas em Gaza nos 11 meses desde o início do conflito "precisam de serviços de reabilitação agora e nos próximos anos". 

Rik Peeperkorn, representante da OMS para os territórios palestinos, disse que este "enorme aumento nas necessidades de reabilitação ocorre em paralelo com a destruição contínua do sistema de saúde". 

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, informou que pelo menos 41.118 pessoas morreram na ofensiva de retaliação de Israel após o ataque de 7 de outubro por milicianos do Hamas, e mais de 95.000 ficaram feridas.

O ataque do Hamas dentro de Israel, que desencadeou a guerra, matou 1.205 pessoas, a maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelenses, que também inclui reféns mortos em cativeiro. 

Uma análise recente dos tipos de ferimentos causados pelo conflito indica que "milhares de mulheres e crianças" estão entre os gravemente feridos e que muitas delas sofreram lesões múltiplas. 

Estima-se que entre 13.455 e 17.550 pessoas sofreram "lesões graves nas extremidades", principal impulsionador da necessidade de reabilitação. O relatório afirma que houve entre 3.105 e 4.050 amputações de membros.

Outras lesões que alteram a vida incluem danos na medula espinhal, traumatismo cranioencefálico e queimaduras graves. 

Ao mesmo tempo, a OMS informou que apenas 17 dos 36 hospitais de Gaza estão operacionais, mesmo parcialmente, enquanto os serviços de cuidados primários são frequentemente suspensos ou inacessíveis devido à insegurança, a ataques e a ordens de evacuação. 

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O único centro de reconstrução e reabilitação de membros de Gaza, localizado no Complexo Médico Nasser e apoiado pela OMS, parou de funcionar em dezembro passado devido à falta de suprimentos e de pessoal especializado.

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© Agence France-Presse

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