Topo

"Queremos recuperar tempo perdido", diz chanceler sobre relação com EUA

27.mar.2019 - Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara - Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
27.mar.2019 - Ernesto Araújo, ministro das Relações Exteriores, participa de audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara Imagem: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados

27/03/2019 12h54

O ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, afirmou hoje que a parceria com os Estados Unidos abrirá oportunidades para o Brasil em vários campos, inclusive econômico e comercial.

Ele criticou os governos anteriores na relação com os norte-americanos e destacou o apoio dado pelo presidente Donald Trump ao Brasil para o ingresso na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

"O relacionamento com os Estados Unidos talvez seja a parceria mais negligenciada nos últimos anos no Brasil, por uma visão que os Estados Unidos seriam uma parceria que não se deveria trabalhar em várias áreas", disse durante audiência na Câmara dos Deputados. "O nosso propósito é recuperar o tempo perdido."

Segundo o chanceler, o ingresso na OCDE concederá um selo de qualidade aos produtos brasileiros e facilitará as negociações comerciais e econômicas. De acordo com ele, o primeiro avanço ocorre nos próximos dias com a chegada de uma missão técnica norte-americana ao Brasil para inspecionar a carne brasileira.

"A ideia é de ter um relacionamento integral que nos afere nos ganhos individuais."

Salvaguardas

O chanceler reiterou a importância do acordo de salvaguardas assinado pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, durante viagem a Washington do presidente Jair Bolsonaro (PSL).

O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) define o uso comercial da base de lançamentos aeroespaciais de Alcântara, no Maranhão. Para entrar em vigor, o acordo precisará ser ratificado pelo Congresso Nacional.

Segundo Araújo, o mercado de satélites movimenta cerca de US$ 200 bilhões por ano. "É um acordo que nada fere a soberania brasileira."

Araújo está participando de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores na Câmara, presidida pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), na qual há 41 parlamentares inscritos para encaminhar perguntas.

Agronegócio

Na audiência, o chanceler destacou que a pauta com a China será intensificada entre maio e junho, quando haverá uma comissão bilateral, com integrantes de ambos os países, para negociar os interesses comuns. Ele disse que pretende visitar a China neste período.

Araújo afirmou também que há uma preocupação com os estados fronteiriços, como Roraima e Acre, para que tenham condições de incrementar o seu comércio. Ele descreveu as articulações para a construção de estradas e pontes nessas regiões.