Após greve, Metrô de SP começa a instalar câmeras dentro de cabines
O Metrô de São Paulo começou a instalar câmeras dentro das cabines de trens, o que levou à insatisfação dos operadores. Eles acusam a empresa de tentar intimidá-los, depois da greve da categoria que durou cinco dias, encerrada no início do mês. Ao menos duas composições já ganharam os aparelhos, ambas da frota H, que circula na Linha 3-vermelha.
De acordo com operadores de trens daquele ramal, as câmeras foram instaladas há cerca de três semanas. "O mais grave é que essa câmera já existia no trem e focalizava o espaço reservado para cadeirantes no primeiro salão de passageiros, mas agora a colocaram dentro da cabine", disse um empregado que não quis ser identificado, temendo retaliações do Metrô.
Esse profissional relatou ainda que boatos de que a empresa, controlada pelo governo do Estado, planejava instalar câmeras nas cabines já circulavam antes da paralisação - que terminou com 42 demitidos. "Até que ponto a greve acelerou essa intenção, já não sei."
Pouco antes da paralisação ter início, em maio, funcionários que comandam trens chegaram a usar os microfones instalados nas cabines para informar os passageiros do risco de greve. O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, condenou a atitude na ocasião.
Por meio de nota, o Metrô informou que tem feito "testes com câmeras de monitoramento nas cabines de alguns trens, com o objetivo melhorar a capacidade de análise e esclarecimento das ocorrências técnicas registradas durante a operação do sistema". Nesse sentido, um dos operadores ouvidos pela reportagem afirmou que os trens possuem uma "caixa-preta", onde são registradas todas as ações.
Segundo o Metrô, "a tecnologia de monitoramento, comum na atualidade e já utilizada em outros modais de transporte e outras redes metroferroviárias, busca a melhoria contínua dos processos, procedimentos, equipamentos e sistemas". A empresa foi questionada, mas não informou quantas câmeras já foram instaladas nos trens.
Alckmin
Em encontro com o governador Geraldo Alckmin (PSDB), na terça-feira, 24, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) pediu que as demissões dos metroviários grevistas fosse reconsiderada, mas isso foi negado.
"Colocaram a questão do Metrô e não vai haver reintegração de nenhum dos demitidos", disse Alckmin, em evento no Palácio dos Bandeirantes. As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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