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MST invade fazenda de senadora que defendeu impeachment

A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) votou a favor do impeachment - Jonas Pereira - 31.ago.2016/Agência Senado
A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) votou a favor do impeachment Imagem: Jonas Pereira - 31.ago.2016/Agência Senado

De Sorocaba (SP)

08/09/2016 17h27

Integrantes do MST (Movimento dos Sem-Terra) invadiram, na madrugada desta quinta-feira, 8, a fazenda Saco de Bom Jesus, em Formosa, interior de Goiás, ligada à senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS). A Polícia Militar confirma a invasão, mas não tem ainda o total de ocupantes. O MST alega que a propriedade é improdutiva e não foi integralmente declarada à Justiça. A senadora informou que a fazenda já foi vendida e que a invasão é uma retaliação pelo seu voto a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

De acordo com o MST, a ocupação visa denunciar a falta de produtividade da área de 1.909 hectares, que teria 600 cabeças de gado, lotação inferior à necessária para atingir os índices de produtividade exigidos pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). O índice de 0,31 cabeças por hectare seria muito baixo "para quem diz representar o moderno modelo do agronegócio", segundo nota do MST. O movimento informou ter pedido ao Incra a vistoria da área em 2014. Ainda segundo o movimento, parte da fazenda não foi declarada pela senadora à Justiça Eleitoral.

Vendida

Em nota, a senadora Ana Amélia informou que a fazenda Saco de Bom Jesus foi vendida em 2014 e o processo de transferência ao novo proprietário está em fase de conclusão. "Essa propriedade rural fazia parte de um espólio no qual eu e as filhas do meu marido, Octávio Cardoso, falecido em 2011, éramos herdeiras. A venda ocorreu em agosto de 2014, conforme registro no Cartório do 2º Tabelionato de Notas, em Itumbiara (GO), e foi declarada no imposto de renda de todos os herdeiros na declaração seguinte, como determina a lei."

Ainda segundo a senadora, a área já havia sido alvo de outras denúncias "caluniosas" por parte do mesmo grupo na campanha eleitoral de 2014, no Rio Grande do Sul, e o Procurador-Geral da República determinou o arquivamento pela improcedência da denúncia. "Lamento que seja uma retaliação do MST pelo meu voto favorável ao impeachment. Esta é uma reação antidemocrática por não aceitarem a decisão tomada pelo Senado Federal", afirmou. O Incra informou que o imóvel já foi vistoriado e está em processo de verificação da cadeia dominial para a conclusão do laudo.