Mulher de Cabral é levada pela PF para depor
A mulher do ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB), Adriana Ancelmo, foi alvo de condução coercitiva (quando a pessoa é levada para prestar esclarecimentos) na manhã desta quinta-feira (17). Cabral, alvo de pedido de prisão preventiva, já está na sede da PF do Rio. Ele deixou o prédio em que mora na zona sul do Rio sob gritos de "bandido" e "ladrão". Policiais usaram spray de pimenta para dispersar os manifestantes, que se colocaram em frente ao carro da Polícia Federal.
Cabral é investigado em duas frentes: pela Operação Lava Jato e por outra apuração que tem como foco esquema de corrupção envolvendo a construtora Delta, do empresário Fernando Cavendish. Delatores citaram o nome de Cabral e o relacionaram a recebimento de propinas milionárias.
Em depoimento, Cavendish contou que deu de presente para Adriana um anel de R$ 800 mil em julho de 2009, durante uma viagem a Mônaco. De ouro branco e brilhantes, o anel foi pago no cartão de crédito do empresário. Adriana é suspeita de lavagem de dinheiro por meio do seu escritório de advocacia.
A PF batizou a operação de Calicute. O prejuízo estimado pelas ações ilícitas chega a R$ 224 milhões. O esquema de corrupção aponta pagamento de propina de 5% a 6% para a execução de obras no Rio, incluindo a reforma do Maracanã, no período do governo de Cabral.
A apuração em curso identificou fortes indícios de cartelização de grandes obras executadas com recursos federais mediante o pagamento de propinas. A investigação é tocada em conjunto pela Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público. Haverá coletiva de imprensa às 10h desta quinta-feira para detalhar as investigações.
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