Dilma afirma que saída de Jean Wyllys deixa 'democracia profundamente ferida'
A ex-vereadora foi assassinada no Rio em 14 de março de 2018. Até hoje o crime permanece sem solução.
Por meio das redes sociais, Wyllys disse temer por sua vida. Ele foi reeleito em outubro com 24.295 votos.
A ex-presidente comentou que "o deputado Jean Wyllys, defensor dos direitos humanos - das mulheres, dos homossexuais e LGBTIs, da população negra e do povo trabalhador de nosso país - renunciou ao seu mandato e vai exilar-se".
"Quando um parlamentar destemido e corajoso como o deputado Jean Wyllys não considera segura sua presença no país, a democracia não está apenas ameaçada, mas profundamente ferida", ela afirma.
Na quinta-feira, 24, quando o jornal Folha de S. Paulo divulgou entrevista em que Wyllys revelou sofrer ameaças, o presidente Jair Bolsonaro usou seu Twitter para dizer: "Grande dia!".
Bolsonaro não citou o nome do parlamentar e, depois, negou que a frase tenha sido em referência a Wyllys. No entanto, usuários das redes interpretaram a declaração do presidente como uma espécie de comemoração à renúncia do deputado do PSOL.
Wyllys chegou a ser alvo de processo movido pelo presidente por injúria e calúnia, em razão de ter chamado Bolsonaro de "fascista", "burro", "ignorante", "racista" e "canalha". A queixa-crime foi arquivada em dezembro pelo ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello.
No Twitter, Dilma escreveu. "Confirma os temores do deputado Jean Wyllys o fato de o Presidente da República comemorar sua decisão. É terrível que uma autoridade defenda milícias, é estarrecedor que um candidato tenha ameaçado seus opositores com exílio e prisão."
A ex-presidente ainda diz ser "inadmissível que um Presidente possa se orgulhar ou comemorar algum desses fatos". "Sua missão é respeitar a Constituição, defender a democracia, honrar seu país e dignificar seu cargo".
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