Bolsonaro decide manter Bebianno no governo, dizem aliados
Ambos fazem parte do grupo que trabalhou para amainar a crise entre Bolsonaro e Bebianno e garantir a permanência do ex-presidente do PSL no governo.
Bebianno, que foi chamado publicamente de mentiroso pelo presidente e seu filho Carlos, avisou que não pediria demissão, apesar da pressão, e que caberia a Bolsonaro tomar a iniciativa se quisesse.
O acertado nas conversas é que o vereador Carlos Bolsonaro não mais interferirá nas questões do governo. Mas a informação de que o filho do presidente será "controlado" a partir de agora causa desconfiança de que essa parte do acordo será realmente cumprida.
Carlos tem feito ataques a membros do governo e chegou a divulgar o áudio de Whatsapp do pai para corroborar seu ataque a Bebianno, a quem chamou de mentiroso.
A disputa entre Carlos e Bebianno é antiga. O ministro deixou vazar ainda na transição que o vereador integraria o governo, o que provocou críticas até mesmo de eleitores de Bolsonaro nas redes sociais condenando o nepotismo. Esse movimento tirou de Carlos a chance de despachar do Planalto.
Onyx e Santos Cruz foram ao encontro de Bebianno após conversarem com o presidente sobre o caso. Como o jornal O Estado de S. Paulo revelou na quinta-feira, preocupados com a ação dos filhos, que em vários momentos têm trazido diferentes crises para o governo e com a proteção que eles têm recebido do pai, os "bombeiros" do Planalto entraram em campo.
Mais do que proteger Bebianno, esses interlocutores do presidente estão convencidos de que "é preciso estancar" essa ação dos filhos de Bolsonaro, que estariam prejudicando o País. Lembram que misturar família e governo nunca deu bons resultados e isso, mais uma vez, está sendo provado com seguidos episódios nestes menos de dois meses de nova administração.
Além das desavenças com Carlos, a tensão instalada entre Bolsonaro e Bebianno tem origem em suspeitas de financiamento de candidaturas laranjas pelo PSL. A crise ocorre no momento em que o Planalto tenta manter coesão para as negociações da pauta de votação mais importante no Legislativo, a da reforma da Previdência.
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