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Líder do PSL apresenta requerimento para que pacote de Moro tramite sem divisão

Delegado Waldir participa de reunião do PSL, no Hotel Melia em Brasília - FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Delegado Waldir participa de reunião do PSL, no Hotel Melia em Brasília Imagem: FÁTIMA MEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Idiana Tomazelli

Brasília

21/02/2019 18h38

O líder do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), apresentou requerimento para que o projeto de lei anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, tramite de forma conjunta com a proposta que criminaliza o caixa 2. A decisão de apensar ou não os dois projetos cabe agora ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Waldir afirma que a atitude de Moro "não foi para beneficiar ninguém", mas para facilitar o andamento da proposta. O líder explica que apresentou o requerimento como uma resposta à oposição, que atacou o fatiamento dizendo que o governo do presidente Jair Bolsonaro pretendia criar uma "válvula de escape" para políticos envolvidos em caixa 2.

"Na verdade eu fiz mesmo para calar a boca da oposição. Eu penso que o projeto pode tranquilamente... É para mostrar a incompetência da oposição. Eles latiram, latiram que era ruim, mas não vi nenhum parlamentar deles tomar atitude prática de fazer o que eu fiz", afirma. "É uma atitude mostrando que para nós interessa a punição de todos os agentes políticos", diz.

Como antecipou o jornal O Estado de S. Paulo, o Palácio do Planalto decidiu separar as duas propostas diante do temor de derrotas nos plenários da Câmara e do Senado. A equipe do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, propôs então o fatiamento do pacote na tentativa de facilitar a tramitação da proposta anticrime, que envolve mudanças em 14 leis com o objetivo de combater corrupção, crime organizado e violência nas cidades, e é uma das prioridades do governo.

Interlocutores do Planalto no Congresso apontaram, nas discussões internas sobre a versão final do projeto, dificuldades para dobrar a resistência entre deputados e senadores - parte deles alvo de investigações por doações não contabilizadas em campanhas eleitorais.