Clássicos 'batucados' agitam milhares no Ibirapuera ao som do Monobloco
A dona de casa Sônia Regina, de 62 anos, saiu de Itaquera para acompanhar a festa. "Gosto de olhar", resumiu. Ela se entusiasmou com o crescimento dos festejos de rua na cidade. "Antigamente não tinha isso. Eu levava as crianças para festas em salões, bailes. Assim é muito legal, desde que não haja briga", disse.
O empresário Cleo Almeida, de 42 anos, estava de passagem. Na bicicleta, carregava a filha Eleonora, de 3 anos. O objetivo: fazer com que ela não tome gosto pelo carnaval. "Não gosto muito dessa euforia, mas passei para ver", disse o pai. A batucada realmente não parecia contagiar a garota, que, de óculos escuros, não demonstrava movimento, parecendo mais estar incomodada com o calor.
O vendedor Milton Gonçalves, de 52 anos, também estava de passagem, mas resolveu ficar. "Nunca fui muito de frequentar, mas passei para ver o movimento e resolvi ficar um tempinho", disse ele, observando de longe e o agito promovido pelo trio elétrico.
Para ele, a violência continua afastando muitas pessoas desse tipo de festa. A reportagem observou intenso policiamento e ocorrências pontuais de furto de celular. Outras reclamações como falta de estrutura de banheiros não se repetiram. O bloco recebeu dezenas de unidades móveis e não era notado fila para uso dos equipamentos.
Quem se destacava no meio da multidão fantasiada era o americano Abraão Paolo Woroniecki e sua bandeira gigante. Nela, a mensagem que queria passar: "A vida é tão frágil. Busque a Jesus não a uma igreja." Para ele, o objetivo era passar a mensagem ao maior número de pessoas, e não julgar. "Quero falar para milhões e no carnaval é mais fácil. E muitas pessoas têm vindo me escutar", disse ele para depois mergulhar com sua bandeira na multidão que cantava "Minha Pequena Eva".
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