Senadores adotam estratégia para que projetos do governo avancem
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, teve de ir a campo para destravar a tramitação do seu pacote anticrime no Congresso Nacional. Após um acordo com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), os três projetos passaram a tramitar em paralelo tanto na Câmara como no Senado, neste caso por meio de projetos de lei "adotados" por senadores.
A medida minimizou a decisão do presidente da Câmara de criar um grupo de trabalho para discutir a proposta por até 90 dias antes de seguirem para as comissões temáticas. Matéria do jornal O Estado de S. Paulo desta segunda-feira, dia 1º, mostra que a gestão Bolsonaro não conseguiu aprovar nenhum dos projetos apresentados na Câmara em quase 100 dias de governo.
Os senadores começaram a planejar a "adoção" das propostas - ou seja, eles copiaram o texto e assinaram como autores - há cerca de dez dias, quando as primeiras divergências entre Maia e Moro vieram a público. Os três projetos foram protocolados quinta-feira passada, dia 28, e, no dia seguinte, já estavam com os relatores na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa. Na Câmara, Maia levou 22 dias para dar o primeiro encaminhamento, que foi a criação do grupo.
"Criou-se uma unanimidade em torno de que o Senado não pode ficar assistindo à discussão na Câmara", afirmou o senador Marcio Bittar (MDB-AC). "Tivemos várias reuniões e, com a anuência do presidente do Senado, líderes partidários, líderes de governo, a decisão foi unânime: o Senado deveria agir."
Designado para relatar a proposta de criminalização do caixa dois, Bittar disse acreditar que a discussão será mais célere: "O objetivo é que, ainda no primeiro semestre, a votação esteja concluída nas duas Casas." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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