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Governador do Rio sobe em helicóptero com atirador e causa polêmica

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) - André Melo Andrade/Am Press & Images/Estadão Conteúdo
O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) Imagem: André Melo Andrade/Am Press & Images/Estadão Conteúdo

Fábio Grellet

No Rio

07/05/2019 08h04

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), voltou a causar polêmica. Após defender o uso letal de "snipers" contra traficantes - e dizer até que eles já estariam atuando no Estado -, Witzel acompanhou no último sábado uma operação da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), um grupo de elite da Polícia Civil fluminense.

Ele sobrevoou uma comunidade em Angra dos Reis, no sul fluminense, e gravou vídeo no helicóptero, ao lado de um policial que apontava o fuzil para o bairro.

"Estou sobrevoando uma das áreas mais perigosas de Angra dos Reis, onde iniciamos uma operação da Core", escreveu Witzel no Twitter. Em outro vídeo, o governador afirmou que ia "botar fim na bandidagem".

A ação não teve resultado significativo, e ontem o governador afirmou que era só "uma operação de reconhecimento". "Faz parte do meu trabalho reconhecer essa situação, como nenhum outro governante fez, participar ativamente com a polícia daquilo que é a obrigação do governante", justificou.

Entre o sábado e o domingo, Witzel ficou hospedado em um hotel de luxo de Angra, e um helicóptero do governo estadual ficou à sua disposição. Na segunda, ele afirmou que pagou com o próprio cartão de crédito as despesas de hospedagem.

"Vou a trabalho, só faço deslocamentos a trabalho. Estou enfrentando o crime organizado. Quem decide se eu devo voar ou ir via terrestre é o Gabinete de Segurança Institucional. Não tenha dúvida de que qualquer gota de combustível está sendo usada na defesa do Estado", afirmou o governador.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa criticou Witzel e denunciou o caso à Organização dos Estados Americanos (OEA). Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) afirmou que "vê com crescente preocupação a questão da segurança no Rio".

Sobre as críticas de instituições a seus métodos de trabalho, Witzel afirmou que "é melhor abrir os olhos para o crime organizado e não para quem está fazendo o trabalho correto". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.