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Órgão que monitora encostas é incapaz de atender o Rio, diz presidente da CPI das Enchentes

Roberta Jansen

Rio

17/05/2019 14h58

O presidente da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das enchentes na Câmara Municipal do Rio, Tarcísio Motta (PSOL), afirmou que a Geo-Rio (Fundação Instituto de Geotécnica), órgão da Secretaria Municipal de Obras responsável pelo monitoramento e contenção de encostas, está sem condições de atender às necessidades da cidade.

O deslizamento de uma encosta provocou o desabamento de parte do teto do Túnel Rafael Mascarenhas no início da tarde desta sexta-feira, 17.

"Faltam servidores, viaturas para as vistorias, articulação entre os órgãos da prefeitura, orientação de prioridades, orçamento e planejamento. A Geo-Rio está sem condições de atender às necessidades da cidade", afirmou o vereador, depois de ouvir o depoimento do presidente da GEO-Rio, Herbem da Silva Maia.

A sessão, ocorrida na tarde de quinta-feira, 16, também contou com as presenças dos técnicos da Geo-Rio Ricardo Neiva D'Orsi e Ernesto Ferreira, que foram perguntados sobre suas condições de trabalho e ações sobre a manutenção e contenção de encostas, estudos sobre áreas de risco, sistemas de alerta e de alarme sonoro e protocolo de interdição de vias.

Apesar de afirmar que o orçamento da instituição atende à demanda da cidade, Maia informou à CPI que há apenas quatro viaturas para a realização de vistorias em todo o município, que mais da metade do quadro de servidores da Geo-Rio vai se aposentar nos próximos dez anos e que não há um mapeamento geotécnico da zona oeste.

"Ficou claro que é preciso mais recursos para uma série de ações, como estender o sistema de alarme para a zona oeste e revisar o protocolo de interdição de vias, além de estendê-lo para outras áreas. A Geo-Rio está refém de governos que não consideram a prevenção de enchentes e deslizamentos uma política de Estado. Não é possível que a Geo-Rio seja um órgão tão pequeno com uma função gigante", disse Motta.