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Processo de Lula sobre sítio deve ser julgado pelo TRF-4 no 2º semestre

O ex-presidente Lula, em sua primeira entrevista depois que foi preso aos jornalistas Monica Bergamo, da Folha, e Florestan Fernandes, do El País - Marlene Bergamo/Folhapress
O ex-presidente Lula, em sua primeira entrevista depois que foi preso aos jornalistas Monica Bergamo, da Folha, e Florestan Fernandes, do El País Imagem: Marlene Bergamo/Folhapress

Lucas Rivas, especial para AE

Em Porto Alegre

26/06/2019 14h51

Responsável pelos julgamentos da Lava Jato no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), a 8ª Turma da corte pode julgar o processo que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva referente ao sítio de Atibaia (SP) até o fim do ano. A previsão foi dada pelo presidente do colegiado, desembargador Leandro Paulsen. Reservado diante a imprensa, o magistrado quebrou silêncio e afirmou que os processos da Lava Jato estão praticamente em dia no TRF-4.

"Não temos razão nenhuma para atropelar ou pra retardar. Será no tempo adequado, assim que nós nos sentirmos seguros, após a análise do processo como um todo, nós levaremos a julgamento. É possível que ocorra no segundo semestre deste ano, dependendo de o processo estar pronto para ser julgado", declarou Paulsen.

Em primeira instância, a juíza federal substituta Gabriela Hardt sentenciou Lula a 12 anos e 11 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, em fevereiro. O processo do sítio chegou à 8ª Turma em 15 de maio. Paulsen esteve presente na sessão realizada na Câmara Municipal de Porto Alegre, na noite passada, que homenageou o presidente do TRF-4, desembargador Thompson Flores como Cidadão Emérito de Porto Alegre.

Sobre as recentes publicações envolvendo o então juiz Sergio Moro e os procuradores da Lava Jato, Leandro Paulsen questionou o vazamento de supostas conversas sigilosas, mas reconheceu que é necessário garantir a liberdade de imprensa.

"É uma pena que estas conversas, que são privadas entre agentes públicos, estejam vazando e sendo exploradas da maneira como são. De qualquer maneira eu tenho muito claro que temos que preservar a liberdade de imprensa. Acima de tudo, o direito da população brasileira a ser informada", afirmou. O desembargador também garantiu "absoluta lisura" do TRF-4 e assegurou não haver temor algum de que surjam citações envolvendo os magistrados na Corte em eventuais reportagens.

Questionado se imagem de Sergio Moro ficou arranhada perante a opinião pública, após as reportagens do The Intercept Brasil, Paulsen referendou a intenção do presidente Jair Bolsonaro de indicá-lo para uma eventual vaga no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Ele é uma pessoa que, até agora, pelo que se sabe, pelas informações que se tem, por todo o seu histórico, é uma pessoa com absoluta probidade. É uma pessoa capaz, um jurista que realmente tem conhecimento consolidado. Então, a mim parece que ele realmente tem todas as condições para ocupar uma cadeira da mais alta corte do país", finalizou.