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Lava Jato prende operador em investigação sobre propina de US$ 9 milhões

São Paulo

02/07/2019 10h06

A pedido da força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná, foram cumpridos nesta segunda-feira, dia 1º, mandados de prisão de Guilherme Esteves de Jesus e de busca e apreensão no estaleiro Jurong. As medidas cautelares decorrem do aprofundamento das investigações a respeito de pagamentos de propina feitos pela empresa para a obtenção de contratos com a Petrobras. As informações foram divulgadas pela Procuradoria da República no Paraná.

O Ministério Público Federal afirma que "Esteves já havia sido alvo de medidas cautelares de busca e apreensão e prisão anteriormente, o que ocasionou o oferecimento da ação penal nº 5050568-73.2016.4.04.7000, na qual se apura a prática de crimes de organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro, com a utilização das contas Opdale e Black Rock".

"Em decorrência do avanço das investigações, apurou-se que, além das contas Opdale e Black Rock, Esteves manteve no exterior outras quatro contas ocultas, pelas quais movimentou valores relacionados aos crimes de corrupção por ele praticados em favor da Jurong".

"Além disso, a partir de informações recebidas por meio de cooperação jurídica internacional com a Suíça, o Ministério Público Federal tomou conhecimento de que, além dos pagamentos de vantagens indevidas, Esteves também repassou US$ 9.033.710,13 para contas mantidas no exterior por Martin Cheah Kok Choon, então presidente da Jurong no Brasil, por meio de diversas transferências fracionadas.

As transferências bancárias noticiadas pelas autoridades suíças foram efetivamente confirmadas a partir da análise dos documentos bancários tanto das contas de Esteves como de Choon", diz a Lava Jato.

De acordo com a força-tarefa, "em relação às transferências realizadas verificou-se que, em planilhas apreendidas em dispositivos eletrônicos de Esteves, havia referência à divisão com Choon de valores provenientes de contratos de sondas celebrados entre a Jurong e a Petrobras, o que reforçou os indícios de que o estaleiro não apenas sabia do cometimento dos crimes de corrupção por Esteves e o autorizava a praticá-los em seu benefício, mas também que seu presidente se beneficiava diretamente, com o recebimento de 'kickbacks'".

"Por fim, constatou-se ainda que Esteves ainda possui contas ativas não declaradas no exterior, tendo sido bloqueado saldo de US$ 2.909.386,64 nessas contas. As medidas adotadas se mostraram necessárias como forma de impedir a prática de novos crimes por parte de Esteves e de aprofundar a investigação sobre possíveis outros casos de corrupção e lavagem de dinheiro praticados em favor dos interesses da Jurong", afirmou a Lava Jato.

Até o fechamento dessa matéria, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados. O espaço está aberto para manifestações.