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Oposição critica possível nomeação de Eduardo à embaixada nos EUA

Fala polêmica de Eduardo Bolsonaro é destaque no Twitter

Band Notí­cias

Paulo Beraldo

São Paulo

12/07/2019 13h25

A possível nomeação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, é um dos assuntos mais comentados nas redes sociais hoje. Outro termo usado pelos usuários para designar a situação foi "embaixaria brasileira".

Parlamentares da oposição aproveitaram para se posicionar sobre a situação. O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) afirmou que vai acionar a Justiça caso a nomeação se confirme.

"O deputado já deu sinal de que aceitaria, mas isso é nepotismo", escreveu. "O Art. 37 da nossa Constituição determina a observância aos princípios norteadores da Administração Pública, quais sejam: legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, sendo, inclusive, autoaplicáveis".

Do mesmo partido, o senador Randolfe Rodrigues (AP), líder da oposição no Senado, disse que o grupo moverá as ações judiciais cabíveis e lutará contra a aprovação da indicação no plenário do Senado.

"É um absurdo que isso seja ao menos cogitado! Bolsonaro quer fazer do governo o quintal da sua casa, uma extensão familiar. O presidente que ontem defendeu o trabalho infantil como 'meritocracia' hoje indica o próprio filho para assumir uma embaixada", escreveu.

Na quinta-feira (11), o presidente Jair Bolsonaro justificou a nomeação dizendo que Eduardo "fala inglês, fala espanhol, há muito tempo roda o mundo todo e goza da amizade dos filhos do presidente Donald Trump. No meu entender poderia ser uma pessoa adequada e daria conta do recado perfeitamente".

Eduardo goza da amizade dos filhos de Trump, diz Bolsonaro

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O senador Humberto Costa (PT-PE), um dos principais representantes da oposição no Senado, questionou a nomeação. "Não estudou no Instituto Rio Branco, que prepara o corpo diplomático brasileiro, não cursou universidades de prestígio na área de Relações Internacionais, nunca serviu no exterior e tem experiência quase zero na área. Mas papai deu presente", escreveu.

A presidente de seu partido, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), usou uma mensagem publicada em uma rede social do ministro Sérgio Moro dizendo que "Poder público não é negócio de família" para se posicionar sobre a eventual nomeação.

Já aliados do governo como a deputada Carla Zambelli (PSL-SP) elogiaram a intenção do presidente de nomear o seu filho. "Ganha o Brasil, ganha [sic] os EUA, ganha o planeta, com mais oportunidade de sanar os problemas de toda a Terra".

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.