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Eduardo Bolsonaro chega hoje aos EUA para encontro com Donald Trump

 Eduardo Bolsonaro ganha boné com o escrito "Make Brasil great again", em referência à slogan de Trump, de Gerald Brant, um dos articuladores políticos informais de Jair Bolsonaro nos EUA. - Luciana Amaral/UOL
Eduardo Bolsonaro ganha boné com o escrito "Make Brasil great again", em referência à slogan de Trump, de Gerald Brant, um dos articuladores políticos informais de Jair Bolsonaro nos EUA. Imagem: Luciana Amaral/UOL

Julia Lindner, Mateus Vargas e Beatriz Bulla, correspondente

Brasília e Washington

30/08/2019 07h28

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) viajará hoje aos EUA com o chanceler Ernesto Araújo para uma reunião com o presidente americano, Donald Trump. O anúncio foi feito ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, durante um evento realizado no Palácio do Planalto para lançar o programa "Em frente Brasil".

Na cerimônia, Bolsonaro fez um agradecimento ao presidente dos EUA por, segundo ele, ter feito a "defesa" do Brasil durante a reunião mais recente dos países que formam o G-7, realizada no último fim de semana, na França. Ele disse que o Brasil vai se aproximar cada vez mais de países "que servem de exemplo". "Espero que Ernesto e Eduardo sejam bem-sucedidos na viagem. Que nós devemos e vamos, como mudou a direção, nos aproximar de países que servem de exemplo para nós", disse Bolsonaro.

Após o evento, Eduardo afirmou que vai falar com Trump sobre o último encontro do G-7 e também sobre questões da região amazônica. "Trump dá muita abertura. Então, certamente, a gente vai entrar nessas questões", afirmou. "Estarei ao lado do ministro Ernesto fazendo agradecimento, como deputado, porque o peso do americano dentro do G-7 é essencial."

Para Eduardo, o fim da reunião do G-7 deixou claro que o presidente da França, Emmanuel Macron, tentou usar a Amazônia para fins políticos. "Macron acabou não tendo êxito", avaliou o deputado.

Questionado se ele também trataria com Trump de sua indicação para a embaixada do Brasil em Washington, que ainda precisa passar pelo Senado, Eduardo disse que esse é um tema para conversar com os senadores. "Tenho de falar com os senadores. Já tenho apoio dos EUA através do agrément", disse Eduardo, se referindo ao termo de concordância usado na diplomacia. "Agora, quem vai decidir são os senadores."

Eduardo acredita ter uma "a boa relação" com o presidente americano. "Os senadores sabem dessa boa relação. Trump fez publicamente o meu agrément", afirmou. O encontro entre Trump e Eduardo começou a ser discutido nos bastidores desde que o presidente americano telefonou para o brasileiro, na semana passada, para oferecer ajuda para combater as queimadas na Amazônia. Depois disso, o Brasil avaliou que os EUA defenderam o País no G-7.

Garrett Marquis, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, chegou a dizer que os EUA não concordaram com a posição do G-7 de debater a situação da Amazônia sem a presença do Brasil.

O encontro da comitiva brasileira com Trump deve ser realizado às 14h (no horário de Brasília). Em seguida, a comitiva brasileira deve falar com à imprensa. O assessor do Palácio do Planalto para Assuntos Internacionais, Filipe Martins, estará presente. A comitiva embarcou nesta quinta-feira, 29, à noite e deve voltar ao Brasil ainda nesta sexta (30).

Bate-boca

Após o site BRPolítico mostrar que Jair Bolsonaro, quando deputado, não se opôs à lei que pune a divulgação de fake news, Kim Kataguiri (DEM-SP) chamou Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) de "covarde". Eduardo disse que Kim defende "censura". Bolsonaro vetou item que prevê pena maior a quem propaga fake news, mas o veto foi derrubado. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.