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Bezerra: operação foi política e articulada para atingir Congresso e governo

O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), durante entrevista à Folha em seu gabinete - Pedro Ladeira - 28.mar.2019/Folhapress
O líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), durante entrevista à Folha em seu gabinete Imagem: Pedro Ladeira - 28.mar.2019/Folhapress

Daniel Weterman e Camila Turtelli

Brasília

24/09/2019 19h23

Alvo de uma operação da Polícia Federal, o líder do governo no Senado, senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), usou a tribuna do Congresso Nacional nesta terça-feira, 24, para fazer sua defesa. A operação foi autorizada pelo ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal. "Está claro que fui vítima de uma operação política articulada para atingir o Congresso Nacional e o governo do presidente Jair Bolsonaro", disse o senador. Ele comentou que, "me parece", a operação foi articulada para "deliberadamente reavivar as velhas práticas de intimidação e criminalização da política".

Após o discurso, o líder relatou a jornalistas que conversou com Jair Bolsonaro após a operação e que o presidente avaliava a situação. Uma decisão sobre o futuro do cargo de liderança será tomada após o retorno do presidente da viagem aos Estados Unidos, destacou o senador.

Enquanto Bezerra discursava, parlamentares votavam, em cédulas, sobre a manutenção ou derrubada dos vetos do presidente Jair Bolsonaro ao projeto que criminaliza o abuso de autoridade. A operação da PF que mirou Bezerra causou uma reviravolta no sentimento dos congressistas sobre os vetos do Presidente da República e exacerbou um antagonismo entre os Poderes.

O senador disse que o episódio da última quinta-feira, 19, quando a PF fez uma ação de busca e apreensão ao seu gabinete, causou-lhe perplexidade. "O Senado foi atingido por um ato flagrantemente inconstitucional que feriu a independência de um dos poderes", disse, classificando a ação como "arbitrária, gravíssima e um excessivo abuso".

"Não temo as investigações, digo com veemência que jamais excedi limites da lei impostos pela lei e pela ética", afirmou o senador antes de finalizar sua fala com um poema.