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Taxa de ocupação de UTIs na Grande SP chega a 91,8%, segunda maior na pandemia

Fabiana Cambricoli

São Paulo

24/05/2020 16h51

Com 11,9 mil pessoas internadas por covid-19 na rede pública paulista, a taxa de ocupação das UTIs da Grande São Paulo chegou neste domingo, 24, a 91,8%, segundo valor mais alto desde que o índice começou a ser divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde. Antes disso, o cenário só havia sido pior no 17 de maio, quando o porcentual de ocupação dos leitos de terapia intensiva foi de 92,2%.

O índice de ocupação dos leitos de UTI de todo o Estado segue inferior ao observado na região metropolitana de São Paulo, mas bateu recorde neste domingo, mostrando o avanço da pandemia para o interior e o litoral. Hoje, 75,7% de todos os leitos de UTI da rede pública paulsita dedicados para pacientes com coronavírus estão ocupados.

Os dados, divulgados na tarde deste domingo pela Secretaria da Saúde, mostram ainda que, dos mais de 11 mil pacientes hospitalizados, 4.661 estão em UTIs. Especialistas vêm defendendo a necessidade de lockdown (isolamento radical) quando o sistema público chega a mais de 90% de ocupação dos leitos de terapia intensiva.

Até agora, no entanto, o governador João Doria vem adotando medidas alternativas ao bloqueio total, como a quarentena para comércios não essenciais e a antecipação do feriado da Revolução Constitucionalista de 1932 do dia 9 de Julho para esta segunda-feira, 26 de maio. Na próxima semana, após o feriado, Prefeitura e governo do Estado devem anunciar as mudanças da atual quarentena, que acaba no próximo dia 31.

Mortes

Ainda de acordo com o balanço da Secretaria da Saúde, foram confirmados nas últimas 24 horas 1.603 novos casos e 118 novos óbitos pela covid-19. Com os registros, aumentou para 6.163 o número de mortos pela doença no Estado e chegou a 82.161 o total de infecções confirmadas.

Ao menos 508 dos 645 municípios paulistas já registraram casos da doença, o que equivale a 78% do território estadual. Destes, 236 tiveram uma ou mais vítimas fatais.

A secretaria informou que 72,9% dos mortos tinham 60 anos ou mais. Em números absolutos, as faixas etárias com o maior volume de vítimas são as de 70 a 79 anos (1.464 óbitos), seguida por 60 a 69 anos (1.429) e 80 a 89 (1.196). Também faleceram 405 pessoas com mais de 90 anos. Fora do grupo de idosos, morreram 892 pessoas com idades entre 50 e 59 anos, 455 na faixa dos 40 a 49 anos, 242 entre 30 e 39 anos, 53 na faixa dos 20 a 20 anos, 17 com idades entre 10 a 19 anos e dez com menos de dez anos.

De acordo com a secretaria, "os principais fatores de risco associados à mortalidade são cardiopatia (58,5% dos óbitos), diabetes (43,3%), doença neurológica (11,3%), doença renal (10,4%) e pneumopatia (9,7%). Outros fatores identificados são imunodepressão, obesidade, asma e doenças hematológica e hepática. Esses fatores de risco foram identificados em 4.981 pessoas que faleceram por COVID-19 (80,8%)".