Manaus tem movimentação tímida no 1º de reabertura de cafés e lojas
O primeiro dia de reabertura de cafés, panificadoras e lojas fast-food em Manaus teve movimentação tímida, em meio ao receio de contrair a covid-19. Até domingo, a capital do Amazonas registrava 56 mil pessoas contaminadas e 2.492 óbitos. A reabertura ocorreu em meio a uma queda no número de internações, mas especialistas ainda veem com ressalvas a diminuição do isolamento social.
"É o primeiro dia e as pessoas ainda vão se habituar a serem atendidas nas mesas", avaliou Gilda Catikue, gerente de uma panificadora na zona centro-sul de Manaus. Para ela, o movimento ainda está reduzido. "Colocamos poucas mesas e acho que os clientes estranharam o distanciamento entre elas. Esperamos que o movimento melhore nos próximos dias."
No bairro Lírio do Vale, na zona oeste de Manaus, o movimento também permaneceu o mesmo das semanas anteriores. A Panificadora Butique dos Pães não registrou grande movimento, mesmo com a liberação para consumo no local. Cliente do espaço, Leiliane Silva de Lima, de 29 anos, defende que a abertura deveria ter ocorrido antes. "Na prática, as pessoas já não estavam respeitando, saindo de casa, e indo aos comércios sem máscara. Para o comércio em geral será bom."
Mas a liberação é vista com preocupação pelo professor do Departamento de Matemática da Universidade Federal do Amazonas Wilhelm Alexander Steinmetz. Ele fez parte da equipe de pesquisadores que coordenou o estudo "Curva de Contaminação Covid-19 - Estado do Amazonas". "Ainda consideramos que haja novo aumento de casos, sobretudo com esta reabertura. Por mais que tenha havido queda no número de internações, isto não exclui a possibilidade de ter aumento nas próximas semanas. Esta queda pode dar a ilusão às pessoas de que a pandemia passou."
Segundo a Secretaria de Estado e Saúde do Amazonas, no sábado a taxa de ocupação de leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) para covid-19 era de 59%, e o índice de UTIs para outras doença era de 66%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Álisson Castro, especial para o Estadão
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