MP denuncia desembargador do RJ por suposta propina de R$ 6 milhões
O MPF (Ministério Público Federal) denunciou anteontem o desembargador Mário Guimarães Neto, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, acusado de receber R$ 6 milhões de propina para dar decisões judiciais favoráveis à Fetranspor (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro).
Teriam sido beneficiados pelo esquema os empresários Jacob Barata Filho, João Augusto Morais Monteiro e José Carlos Lavouras, também denunciados por corrupção anteontem e já citados em investigações da Lava Jato do Rio. Encaminhada à Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça), a denúncia aponta suposta participação do magistrado em um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
"Em razão do ajuste, o desembargador efetivamente praticou atos de ofício com infração de dever funcional, proferindo decisões judiciais que beneficiaram as empresas de ônibus em mais de 40 ações civis públicas que objetivavam a realização de licitação das linhas de ônibus pelo município do Rio de Janeiro", apontou o MPF em nota.
Resultado das operações Descontrole e Quinto do Ouro, a denúncia também atinge a esposa do desembargador, a advogada Gláucia Iorio de Araújo Guimarães, que foi acusada de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Ela teria intermediado o pagamento da propina para o desembargador.
Doleiro
Além disso, os investigadores acusam o doleiro Carlos Eduardo Caminha Garibe de lavagem e evasão de divisas e o empresário Miguel Iskin — réu em diferentes ações da Lava Jato no Rio, envolvendo a área da saúde —, também por evasão. Ambos teriam atuado para enviar o dinheiro da propina para o exterior.
A defesa de Jacob Barata Filho afirmou que não irá se pronunciar sobre as alegações veiculadas na notícia, uma vez que não teve acesso à denúncia do MPF. Os demais denunciados não responderam à reportagem.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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