Intubado e sem previsão de alta, Maguito terá reabilitação demorada da covid
Internado desde 27 de outubro em uma UTI do Hospital Albert Einstein, em São Paulo (SP), para tratar complicações da covid-19, o candidato do MDB à prefeitura de Goiânia (GO), Maguito Vilela, terá de passar por um processo de reabilitação demorado antes de retomar atividades, segundo especialistas.
Sedado e sem previsão de alta, o ex-governador de Goiás lidera as pesquisas do segundo turno contra Vanderlan Cardoso (PSD) e, no próximo domingo, 29, pode ser eleito prefeito a apenas 33 dias da posse, em 1º de janeiro de 2021.
Médicos consultados pelo Broadcast Político avaliam que o emedebista precisará de reabilitação precoce, com exercícios de fortalecimento muscular tanto corporal quanto respiratório. Além da intubação, a equipe médica que cuida de Maguito instalou oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e aparelho de hemodiálise. Há poucos dias, devido ao tempo prolongado de intubação, ele foi submetido a uma traqueostomia.
Um dos motivos para transferir o ex-governador do Hospital Órion, em Goiânia, onde foi internado inicialmente, para o Einstein é a reputação do hospital paulistano de oferecer os mais avançados métodos de recuperação de pacientes de covid-19.
"Há um esforço enorme da equipe médica em reabilitá-lo, pois a ECMO é uma das alternativas mais avançadas que temos hoje para estabilizar pacientes graves de covid-19", afirma a fisioterapeuta Kenya Rodrigues, que atua na linha de frente do combate à pandemia pela prefeitura de Ipatinga (MG) e no Hospital Marcio Cunha, também no município mineiro.
Ela explica que, para que a sedação possa ser removida e Maguito possa acordar, é necessário garantir que ele consiga respirar sozinho e esteja em boas condições clínica e hemodinâmica, ou seja com a pressão arterial, frequência cardíaca, frequência respiratória e oxigenação dentro da normalidade.
Devido ao período prolongado de sedação e imobilismo, há a possibilidade de, uma vez acordado, o candidato a prefeito apresentar sequelas como fraqueza muscular, fibrose pulmonar, insônia e depressão. "Mas só saberemos isso ao certo bem mais para frente", pontua Kenya.
Procurada, a assessoria de Maguito respondeu que está informando sobre o estado de saúde do candidato através de boletins emitidos diariamente pelo Hospital Albert Einstein.
O estado de saúde do emedebista foi levado para o centro do embate político por seu adversário, que chegou a acusar a coligação de Maguito de "estelionato eleitoral". A insinuação, para a qual Vanderlan não apresentou provas, alegava que o seu quadro clínico seria mais grave do que o informado pela campanha.
Diante da repercussão negativa precipitada pelo tom mais agressivo, o senador do PSD se dedicou a questionar a falta de protagonismo do candidato a vice da chapa rival, o vereador Rogério Cruz (Republicanos). Desde que Maguito foi internado, a liderança da campanha foi assumida por seu filho e presidente estadual do MDB, Daniel Vilela, e, em segundo plano, pelo coordenador, Agenor Mariano.
"Eu respeito a decisão do eleitor. Mas ele está medindo o risco de votar no nosso adversário", afirmou Vanderlan na quarta-feira (25) em sabatina da rádio CBN e do jornal O Popular, sugerindo dúvida de eleitores em relação a manter o voto em Maguito diante da possibilidade de eventual gestão do emedebista se iniciar com o vice à frente.
O senador vem insistindo que Cruz, ausente de debates e sabatinas, não aparece diante da imprensa para discutir propostas para Goiânia. "Nós apenas queremos o nosso adversário. Não sendo o Maguito, precisa ser o vice", sustenta Vanderlan. "O meu vice, Wilder Morais (PSC), me representa em agendas que não posso comparecer. Ele sabe sobre o nosso Plano de Governo, sabe nossas propostas e trouxe diversos projetos."
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