Opositores acusam Alcolumbre de interferir na eleição do irmão, Josiel, em Macapá
Na última pesquisa Ibope, divulgada pela Rede Amazônica, afiliada à Rede Globo, na quinta-feira, dia 3, Josiel aparece com 28% das intenções de votos válidos. Em segundo lugar, o candidato Antônio Furlan (Cidadania), médico e deputado estadual, com 14%. Empatados em terceiro aparecem a deputada federal Patrícia Ferraz (Podemos) e o senador João Capiberibe (PSB), com 13%. A margem de erro é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.
A vantagem, no entanto, já foi maior. Josiel chegou a alcançar 31% dos votos válidos em pesquisa do mesmo instituto divulgada em 28 de outubro, mas despencou para 26% na pesquisa seguinte, de 11 de novembro, no auge do apagão. Em algumas de suas propagandas mais recentes, ele destaca os apoios como um meio de vencer a crise. "Não é tempo de aventuras e nem de voltar atrás. Com a Silvana (candidata a vice) ao meu lado, com a bancada federal unida e com mais força em Brasília, Macapá vai vencer a crise", disse em vídeo. O candidato é apoiado pelo atual prefeito de Macapá, Clécio Luis (sem partido), e pelo governador do Estado, Waldez Góes (PDT).
Davi Alcolumbre chegou a afirmar em entrevista à rádio Diário FM que o "maior prejudicado" do apagão era justamente o seu irmão. Na fala, o atual presidente do Senado indica que o irmão subia nas pesquisas e poderia ganhar já no primeiro turno, mas a ligação aos outros políticos em meio à crise fez com que a rejeição aumentasse.
E não apenas isso: as críticas dos opositores tornaram-se mais acirradas também. Furlan, por exemplo, fez postagens frequentes em suas redes sociais criticando a atual gestão. "O cenário caótico prejudicou em demasia a população, e não como quis parecer o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, que julgou o seu irmão, Josiel, o mais prejudicado", disse o candidato ao Estadão em nota.
O mesmo movimento aconteceu com a candidata Patrícia Ferraz, que chegou a dizer que o apagão tem "nome e sobrenome" e usou as hashtags #ForaJosiel e #ForaDavi. Um membro da coordenação da campanha da candidata reiterou ao Estadão a tese de que as forças locais agiram para adiar o pleito como uma tentativa de estancar a queda no desempenho do candidato do Democratas.
Um exemplo elencado pela campanha é a continuidade das eleições em todo o Estado, apesar dos municípios vizinhos também terem sido afetados pelo apagão. Além disso, destacou os decretos do governador Waldez proibindo aglomerações de campanhas políticas, também por conta da pandemia.
A assessoria da campanha de Josiel Alcolumbre diz que as acusações são inverídicas e que o pleito não foi adiado por pedido do candidato nem de seu irmão. Já a assessoria do senador corrobora com a fala, dizendo que as acusações contra ele são "levianas e irresponsáveis".
O que teria levado ao adiamento da votação na capital, de acordo com ambas as assessorias, foi a crise energética e social que se instalou na cidade durante o apagão. A incapacidade de garantir a segurança dos eleitores do município e dos demais do Estado caso a data inicial fosse mantida foi levantada por órgãos locais e levada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelo TRE local.
A decisão partiu do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AP) sem interferência de Davi Alcolumbre, diz a assessoria. É ressaltado, ainda, que ele chegou a conversar com o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE, para relatar a situação do Estado, assim como fez, por exemplo, o senador Randolfe Rodrigues (Rede).
O leque de candidatos ainda tem outros cinco nomes: Guaracy (PSL), que aparece na última pesquisa Ibope com 9%; Paulo Lemos (PSOL), com 7%; Professor Marcos (PT), com 3%; Haroldo Iram (PTC), com 2%; e Gianfranco (PSTU), que soma 2%.
Caso o novo prefeito não seja eleito neste domingo, o segundo turno das eleições no município está marcado para o próximo dia 20.
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