Pazuello: Sem remover pacientes, vão morrer 80 a 100 pessoas por dia no AM
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que o atendimento básico em Manaus deve ser a prioridade no estado. Durante cerimônia de recepção de profissionais do Programa Mais Médicos na capital amazonense, Pazuello afirmou que "a remoção (dos pacientes para outros estados) é a única solução para diminuir o impacto da fila.
"Sem a remoção de 1.500 pessoas, vão continuar morrendo 80 a 100 pessoas por dia", advertiu.
A ideia do ministério é desafogar o atendimento especializado na região para que não haja sobrecarga do sistema de saúde do estado.
Segundo o ministro, dos 350 pacientes transferidos para outras regiões do país nas últimas semanas, 80 já estão curados.
Pazuello reafirmou também o compromisso com a continuidade da política de transferência dos pacientes.
Logística impraticável
Dentre os problemas listados pelo ministro que levaram ao colapso de saúde em Manaus, está a falta de oxigênio, leitos e recursos humanos na região. No entanto, Pazuello demonstrou tranquilidade e afirmou que "o oxigênio (em Manaus) está estável".
O ministro apontou o isolamento logístico e o clima do estado como fatores que agravaram a situação em Manaus. De acordo com ele, a região tem uma "logística quase impraticável".
Não é momento para sorrisos e festa
Sem citar nomes, Pazuello fez críticas a quem está "de olho branquinho e cabelinho arrumado" durante a atual situação do país. Segundo o ministro, neste momento quem não está de "olho vermelho, barba mal feita e camisa desgrenhada" está errado.
Ao comentar sobre as ações realizadas no estado, Pazuello também subiu o tom ao dizer que as ações não eram para "inglês ver" e que não queria propaganda política.
"Não é momento para inglês ver e tirar foto, nós não queremos foto. Nenhuma foto. Nem um banner, nem uma propaganda política, nada. Nós queremos o atendimento básico", disse o ministro. "Não é momento de sorrisos, aplausos e festa. É momento de olhar duro, dedicação e foco na missão, 24 horas", acrescentou.
Vacinação
Sobre a vacinação, Pazuello disse que, com a liberação dos insumos da China na semana que vem, o país tem "tranquilidade na cronologia de fornecimento das vacinas". E voltou a garantir que Manaus é a prioridade de vacinação do Brasil.
"Nosso objetivo é ultrapassarmos a capacidade da Prefeitura de vacinar", afirmou, propondo que o governo municipal "tem que se organizar para vacinar ainda mais".
Pazuello elogiou a atitude dos governadores de ceder 5% das doses das vacinas destinada a cada estado para o Amazonas e ressaltou que a iniciativa é "uma grande demonstração de união no nosso país".
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