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Oposição chama Lira de 'projeto de coronel' e o compara a Eduardo Cunha

O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
O presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL) Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Anne Warth

Brasília

11/03/2021 07h29

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi acusado de agir como "projeto de coronel" ao tratorar a oposição na votação da PEC (Proposta de Emenda Constitucional) Emergencial.

Na discussão dos últimos destaques, Lira chegou a desligar o microfone dos parlamentares que participavam da votação remota e foi comparado ao ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ), preso desde outubro de 2016 e, desde março do ano passado, cumprindo regime domiciliar em razão da pandemia de covid-19.

Ao iniciar nova sessão por volta das 22h de ontem, Lira se recusou a abrir painel para registro dos parlamentares —uma das estratégias usadas pelo PSOL para tentar adiar a votação. Lira disse não ter ouvido o pedido dos deputados —ele estava no plenário, enquanto Glauber Braga (PSOL-RJ) participava da sessão de forma remota.

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) disse que houve um problema na transmissão do som para o plenário, mas quem acompanhava a programação da TV Câmara conseguiu escutar o pedido de Braga.

Irritado, Braga disse que Lira se comportava como "projeto de coronel" e que tentava "calar" sua voz. "O último que se comportou dessa forma, o senhor Eduardo Cunha, teve seu destino traçado", afirmou o psolista.

Em mais uma referência a Cunha, a deputada Erika Kokay (PT-DF) disse que Lira não era "dono" da Câmara. "A última pessoa que sentou nessa cadeira e se achava dono do parlamento (...)", disse ela, silenciada antes de finalizar sua fala.

Lira respondeu à altura e disse que Braga "gostava de tumultuar as sessões". "Não me meça pela sua régua, deputado. Me respeite como lhe respeito", afirmou.

Ontem, as votações da PEC Emergencial começaram às 11h27. Na terça-feira (9), a sessão teve início ao meio-dia, foi interrompida durante a tarde para reuniões de articulação do texto e, depois, foram retomadas às 17h, se estendendo até a madrugada de quinta-feira. A PEC foi aprovada em primeiro turno.