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Em revés para filiação de Bolsonaro, TSE afasta presidente do Patriota

Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) - Adriano Machado/Reuters
Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto, em Brasília (DF) Imagem: Adriano Machado/Reuters

Lauriberto Pompeu

Do Estadão Conteúdo

08/07/2021 21h05

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, decidiu acatar um pedido da ala do Patriota contrária à filiação de Jair Bolsonaro (sem partido) e afastar Adilson Barroso do comando do partido. A decisão é passível de recurso, mas já significa um revés para Bolsonaro, que quer se filiar ao Patriota para lançar sua candidatura ao segundo mandato.

"Foram anuladas todas as atitudes dele [Adilson Barroso], que nós chamamos de irregulares. Estão voltando todos os delegados [afastados pelo presidente e contrários a filiação de Bolsonaro]. Está afastando Adilson e Ovasco Resende assume a presidência", afirmou Jorcelino Braga, secretário-geral do Patriota, ao jornal "O Estado de S. Paulo".

Uma convenção nacional do Patriota decidiu, no dia 24 de junho, afastar por 90 dias Adilson Barroso da presidência do partido. A reunião foi convocada pelo vice-presidente da sigla, Ovasco Resende, que assume o comando de forma interina. A mudança ocorre no momento em que o presidente Jair Bolsonaro negocia a filiação à legenda para lançar sua campanha à reeleição. Barroso é a favor da entrada de Bolsonaro no partido e Resende, contra.

A articulação de Bolsonaro para se filiar ao Patriota e controlar diretórios estratégicos deflagrou uma guerra entre correligionários. Barroso, por exemplo, já promoveu duas convenções com o objetivo de abrir caminho para a filiação de Bolsonaro, mas uma ala contestou a validade dos encontros por delegados da Executiva Nacional terem sido trocados. A convenção do último dia 24 foi a terceira em menos de um mês.

Resende disse a "O Estado de S. Paulo" que Bolsonaro está exigindo o comando dos diretórios do Patriota em São Paulo, Rio e Minas Gerais, os três maiores colégios eleitorais do país. Desde que deixou o PSL, em novembro de 2019, o presidente procura uma sigla para abrigar sua candidatura a um novo mandato, em 2022. Tentou montar o Aliança pelo Brasil, mas a empreitada não deu certo.