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Renan diz que governo usa PF politicamente para influenciar na CPI da Covid

Senador Renan Calheiros (MDB - AL), relator da CPI da Covid -  FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
Senador Renan Calheiros (MDB - AL), relator da CPI da Covid Imagem: FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO

Daniel Weterman e Amanda Pupo

Do Estadão Conteúdo, em Brasília

14/07/2021 10h21Atualizada em 14/07/2021 10h52

O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), acusou o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) de usar politicamente a Polícia Federal (PF) para barrar a investigação no Senado. Nesta terça-feira, 13, a diretora técnica da Precisa Medicamentos, Emanuela Medrades, ficou em silêncio na CPI após prestar depoimento na Polícia Federal. A cúpula da CPI acusa o governo de usar a PF para forçar testemunhas a não falarem na CPI, já que se tornaram investigadas pela polícia.

"A Polícia Federal é uma instituição respeitável e eu considero inadmissível que um governo através do Ministério da Justiça queira utilizar politicamente a Polícia Federal", disse Renan à imprensa antes da sessão desta quarta-feira, 14, convocada para ouvir novamente a diretora da Precisa, que intermediou a compra da vacina Covaxin, investigada pela CPI. "O que importa é tomar depoimentos para que tenhamos um rápido esclarecimento dessa roubalheira toda", afirmou o relator.

Ontem, após o presidente da CPI da Covid, Omar Aziz (PSD-AM), falar em "coincidência" de representantes da Precisa Medicamentos se tornarem investigadas pela Polícia Federal antes dos depoimentos à comissão, a corporação divulgou nota defendendo sua atuação no inquérito sobre o processo de compra da vacina Covaxin pelo Ministério da Saúde.

"A CPI se instalou e se criou exatamente porque esses fatos não estavam sendo investigados pela Polícia Federal", afirmou Renan, que reforçou a controvérsia na atuação do órgão. "Isso é uma coisa no mínimo surpreendente, mas essa coincidência que nós estamos levantando aqui, sinceramente, ela não tem explicação."

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.