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Renan defende convocação de Braga Netto à CPI para explicar nota contra Aziz

Relator classificou a nota de Braga Netto ao lado dos comandantes das Forças Armadas como "apressada, açodada e irresponsável" - Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo
Relator classificou a nota de Braga Netto ao lado dos comandantes das Forças Armadas como "apressada, açodada e irresponsável" Imagem: Frederico Brasil/Futura Press/Estadão Conteúdo

Ricardo Brito

Em Brasília

13/07/2021 13h08Atualizada em 13/07/2021 13h12

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), defendeu hoje a convocação do ministro da Defesa, Walter Braga Netto, para que ele explique o teor da nota assinada por ele e os comandantes das Forças Armadas contra o presidente da comissão, Omar Aziz (PSD-AM).

Renan classificou de "apressada, açodada e irresponsável" a nota de repúdio ao presidente da CPI divulgada por Braga Netto.

A sugestão do relator vem depois de a Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara dos Deputados aprovar, também hoje, um convite para que o ministro da Defesa compareça ao colegiado para explicar a nota.

"Que nós apreciemos o mais rapidamente possível o requerimento de convocação do Braga Netto pelo seu envolvimento no enfrentamento à pandemia e pelas ordens que, em nome do governo, emanou do Palácio do Planalto ao Ministério da Saúde, onde essas coisas verdadeiramente todas aconteceram", disse Renan.

Antes de assumir o Ministério da Defesa, Braga Netto, que é general do Exército na reserva, atuou como ministro-chefe da Casa Civil do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)

Na última quarta-feira (7), Braga Netto e os comandantes das Forças Armadas repudiaram em nota declarações do presidente da CPI por considerarem que desrespeitam os militares e generalizam "esquemas de corrupção".

Durante o depoimento do ex-diretor de Logística do Ministério da Saúde Roberto Dias, acusado de participação em suposto esquema de propina na compra de vacinas contra a covid-19 que teria o envolvimento de integrantes das Forças Armadas que atuavam em postos civis no Ministério da Saúde, o presidente da CPI disse que o "lado podre das Forças Armadas" estaria envolvido em "falcatrua dentro do governo".

"Essa narrativa, afastada dos fatos, atinge as Forças Armadas de forma vil e leviana, tratando-se de uma acusação grave, infundada e, sobretudo, irresponsável", disse a nota de Braga Netto ao lado dos comandantes das Forças Armadas.

"As Forças Armadas não aceitarão qualquer ataque leviano às instituições que defendem a democracia e a liberdade do povo brasileiro", acrescentou o documento.

A CPI da Covid foi criada no Senado após determinação do Supremo. A comissão, formada por 11 senadores (maioria era independente ou de oposição), investigou ações e omissões do governo Bolsonaro na pandemia do coronavírus e repasses federais a estados e municípios. Teve duração de seis meses. Seu relatório final foi enviado ao Ministério Público para eventuais criminalizações.