Diretor da Precisa não explica à CPI as atividades da própria empresa
O diretor institucional da Precisa, Danilo Trento, não soube explicar à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado, quais são as atividades de sua própria empresa, a Primarcial Holding e Participações.
Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), em posse da CPI, registrou como atípicas transações milionárias entre a 6M Participações, controlada por Francisco Maximiano, dono da Precisa, e a Primarcial.
Trento disse ao presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), que a Primarcial "é uma empresa de participação". "Participação, eu tenho que olhar o contrato social dela, as outras atividades, mas é uma empresa de participação", afirmou o diretor.
Aziz insistiu e Trento disse, então, que exerceria o direito ao silêncio. "Ele tem uma empresa de participação, mas não quer me dizer (o) porquê", afirmou Aziz. "Ele é dono de uma empresa, mas é empregado de outra. Você é patrão numa e empregado na outra."
As declarações e o silêncio de Danilo Trento reforçaram as suspeitas da CPI sobre um suposto esquema de corrupção no governo. "Essa gente que foi escolhida pelo presidente da República para comprar vacina quando recusava comprar vacina à Pfizer, ao Butantan e à OMS. Ele preferiu esse tipo de negociação. Governo corrupto", disse o relator da comissão, Renan Calheiros (MDB-AL).
Trento foi questionado pelo senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE) sobre as tarefas que exerce na Precisa Medicamentos. O diretor disse que faz "atividades institucionais junto aos órgãos institucionais". Declarou conhecer "vários senadores, deputados, autoridades, mas não em relação a negócios".
"E institucionalmente com empresas privadas de representar a empresa desta forma", declarou. "Representar a empresa a seus clientes, apresentá-la de forma institucional."
Antes do início da sessão, o senador Randolfe Rodrigues (REDE-AP) afirmou que Danilo Trento é o "chefe da lavanderia da Precisa", "da lavanderia do dinheiro" da empresa. A Precisa fechou contrato de R$ 1,6 bilhão para intermediar a compra de 20 milhões de doses da vacina Covaxin entre a farmacêutica indiana Bharat Biotech e o Ministério da Saúde, em 25 de fevereiro deste ano. O acordo foi rescindido em agosto pela pasta.
"Através da empresa dele circulam muitos recursos que vão para outras empresas que mandam para terceiras empresas", disse o parlamentar.
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