Na mira do TCU, Moro revela que recebia US$ 45 mil mensais da Alvarez & Marsal
Alvo de investigação no Tribunal de Contas da União (TCU), Moro resolveu divulgar os ganhos diante da pressão de opositores do PT e do Centrão, que cogitaram abertura de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso, e da própria Corte, que fez um pedido formal para que os rendimentos fossem publicizados. Ele negou, no entanto, que tenha cedido aos questionamentos.
"Não estou fazendo isso por CPI, porque eles recuaram, e também não estou fazendo isso pelo TCU, porque o TCU está abusando do poder", afirmou Moro ao iniciar a live.
O presidenciável explicou que, além do salário, recebeu um bônus de assinatura de US$ 150 mil, mas devolveu R$ 67 mil por ter rompido o contrato, inicialmente de dois anos, antes do tempo. Na live, o ex-ministro do governo Bolsonaro não fez a conversão do valor devolvido para o dólar.
O ex-juiz da Operação Lava Jato atuou na área de 'Disputas e Investigações' da empresa, entre 23 de novembro de 2020 e 31 de outubro do ano passado, quando deixou a consultoria para se dedicar à pré-candidatura.
Moro voltou a negar que houve conflito de interesses no seu período no escritório, já que não trabalhou para a Odebrecht - a Alvarez & Marsal atuou como administrador judicial da empreiteira, da OAS e da Galvão Engenharia, empreiteiras alvos de investigação da Lava Jato e que tiveram dirigentes condenados pelo então juiz.
Para o subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU, Lucas Furtado, Moro pode ter cometido práticas ilegítimas de revolving door - quando um agente público migra para o setor privado na mesma área de atuação e repassa informações privilegiadas que podem beneficiar clientes - e de lawfare, que seria a utilização, de forma estratégica, do sistema jurídico para se beneficiar.
Diante do posicionamento do MP junto ao TCU, o ministro da corte de contas Bruno Dantas determinou à consultoria Alvarez & Marsal que revele os serviços prestados e valores pagos ao ex-juiz federal.
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