Pesquisadora acusa de plágio estudante de psicologia influenciador digital
No desabafo, que já soma mais de 160 mil curtidas, ela menciona que não é a primeira vez que o influencer copia os trabalhos de pesquisas feitos por ela. Segundo a pesquisadora, João usou "falas idênticas, literais e assinando o que postou como se fosse dele" e acrescentou "mulheres foram em enxame solicitar que ele fizesse a referência a meu trabalho e me citasse". Na época, em meados de 2020, ela afirmou que o estudante bloqueou as pessoas que o refutaram.
Zanello detalhou que soube do plágio mais recente através de um print enviado por uma seguidora, em uma publicação feita há duas semanas. Ela explicou que o conteúdo foi compartilhado sem permissão. "Por exemplo, a frase de que homens aprendem a amar muitas coisas e mulheres aprendem a amar homens", destaca. Ela ainda reclama que o estudante estava sendo aplaudido através de um estudo que não foi produzido por ele. "Não faz referência alguma à obra de onde ele retirou a frase e grande parte das suas ideias", lamentou.
Por fim, a pesquisadora reforça que está na carreira acadêmica há 25 anos investigando a saúde mental das mulheres. "Saúde Mental, Gênero e Dispositivos: Cultura e Processos de Subjetivação" é o nome do livro de autoria de Valeska, em que ela afirmou ter sido retirado trechos e divulgados, sem os devidos créditos.
No pronunciamento feito por João Marques direcionado a Zanello e aos seguidores que o acompanham, ele assume não ter referenciado os conteúdos da pesquisadora. Mas segundo ele, após ter sido notificado por algumas mulheres, colocou os devidos créditos. Trata-se desta publicação: "Sobre os grupos masculinos de whatsapp". Ele também reconheceu ter bloqueado a pesquisadora e justifica que foi por "ter sentido medo, vergonha e culpa".
Ele finalizou a declaração garantindo que vai se comprometer a revisar todos os textos publicados na rede. "Não quero compactuar com o apagamento de nenhum pensador, e principalmente de pensadoras mulheres". Valeska ainda não se manifestou a respeito da retratação feita pelo estudante.
De acordo com a Lei de nº 9.610 de 1998, artigo 184 do Código Penal Brasileiro, "violar direitos de autor é considerado crime". A pena de reclusão pode alcançar até um ano, além de multa.
COM A PALAVRA, JOÃO LUIZ MARQUES
A reportagem do Estadão entrou em contato via WhatsApp e por ligação com o estudante de psicologia, mas não obteve um retorno até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestação.
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