Crise com Arthur do Val 'fragilizou' candidatura de Moro, afirma Doria
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que a pré-candidatura de Sérgio Moro (Podemos) à Presidência ficou fragilizada após o episódio envolvendo o deputado estadual Arthur do Val (sem partido), autor de áudios com conteúdo sexista sobre mulheres ucranianas.
Moro e o deputado haviam acordado em dividir palanque em São Paulo, sendo que o parlamentar planejava disputar o governo do Estado. Ambos eram do mesmo partido, o Podemos, mas a controvérsia gerada pelos áudios levou Do Val a se desfiliar da legenda e retirar sua pré-candidatura.
"Fragilizou, evidentemente", disse Doria. "O MBL (grupo de renovação política do qual Arthur do Val era membro) se filiou ao Podemos. Machucou a candidatura do Sérgio Moro, ainda que ele tenha tido a atitude correta, a meu ver, que foi de repugnar e condenar os áudios e a postura de Arthur do Val".
A declaração foi feita ao podcast Talk Churras, transmitido pelo YouTube na noite desta segunda-feira, 14. Ao afirmar que o ex-juiz sai fragilizado dessa polêmica, o tucano ponderou que sua intenção não era criticá-lo. Em outro ponto da conversa, o governador reiterou que ele e Moro ainda podem estar juntos neste ano.
Doria opinou, ainda, que os áudios do deputado paulista feriram também o próprio Podemos, sobretudo Renata Abreu, a presidente do partido. Segundo o governador, a atitude correta da agremiação seria expulsar Do Val de seus quadros, "se quiserem preservar minimamente" a legenda. O parlamentar chegou a ser alvo de processo disciplinar na legenda, mas comunicou sua saída antes da conclusão do procedimento.
Questionado sobre sua posição nas eleições presidenciais deste ano, Doria voltou a dizer que gostaria de ter uma mulher como vice, se referindo à senadora Simone Tebet (MDB). Em outras ocasiões, porém, ela já afirmou que gostaria de se manter como cabeça de chapa. Falando sobre a senadora, o governador paulista mencionou as conversas entre PSDB, MDB e União Brasil para unificar uma candidatura por meio de coligação. Ele também lembrou que os tucanos aprovaram federação com o Cidadania, que ficou sem pré-candidato ao Planalto após a desfiliação do senador Alessandro Vieira.
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