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Gabinete paralelo no MEC: Flávio quer permanência de Ribeiro caso Bolsonaro seja reeleito

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante sessão da CPI da Covid - Jefferson Rudy/Agência Senado
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante sessão da CPI da Covid Imagem: Jefferson Rudy/Agência Senado

Lauriberto Pompeu

Brasília

22/03/2022 21h16

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) disse nesta terça-feira, 22, desejar que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, permaneça no cargo. A continuidade de Ribeiro no comando da pasta ficou ameaçada após o Estadão revelar a atuação de um "gabinete paralelo", que prioriza solicitações de prefeituras ligadas a pastores evangélicos.

O filho '01' do presidente Jair Bolsonaro (PL) ignorou a crise e afirmou que Ribeiro deveria permanecer no comando do ministério caso o pai seja reeleito. "Na minha opinião, deve ser o ministro da Educação num segundo mandato de Bolsonaro", disse o senador.

O ministro Milton está fazendo um trabalho fenomenal na educação, destruída por décadas de governos que atendiam militantes pedindo comunismo nas universidades
Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)

O senador também criticou a atuação da União Nacional dos Estudantes (UNE), que representa os estudantes de ensino superior do Brasil e tem sofrido embates com o MEC desde o início do governo Bolsonaro.

"O governo Bolsonaro, entre outras vitórias, resolveu a vida dos estudantes endividados do FIES e implementou a carteira de estudante virtual e gratuita, acabando com a mamata da UNE", disse o senador do PL.

O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (Progressistas-PR), também disse que prefere que Milton Ribeiro permaneça no cargo. "Está tudo tranquilo", afirmou o deputado ao Estadão, ao negar que participe da pressão pela saída de Ribeiro.

O Estadão ouviu de outros líderes do Progressistas, porém, uma cobrança da troca do comando da pasta. Hoje, a sigla do Centrão controla o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), órgão bilionário da pasta. A estrutura é chefiada por Marcelo Lopes da Ponte, ex-assessor do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, presidente licenciado do partido.

Além dos partidos do Centrão, a saída de Ribeiro do cargo é até mesmo avaliada pela bancada evangélica do Congresso. Líderes religiosos negam qualquer vínculo com Ribeiro, que é evangélico, e dizem que apoiaram para o cargo, em 2019, o reitor do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), Anderson Correia.