Lira diz que não ouviu áudio, mas cobra explicação de ministro da Educação
O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), cobrou explicações do ministro da Educação, Milton Ribeiro, após áudio em que ele diz priorizar liberação de recursos a prefeituras negociadas por dois pastores. O deputado, porém, afirma que ainda não escutou a gravação.
"Ele tem que se explicar em relação a isso. Não pode haver dúvidas com relação à seriedade, tanto do trabalho do ministro quanto do ministério. Não ouvi o áudio, não sei da situação. Vamos ver, esperar. Cada um tem o direito de se posicionar. Se houve alguma coisa que foge do padrão do trabalho do ministro e seus funcionários, deve ter repercussão com relação a esse fato", disse Lira.
Após a repercussão negativa do caso - que contou também com uma pressão da bancada evangélica, que estabeleceu prazo de 24 horas para o ministro se posicionar -, Ribeiro emitiu um comunicado admitindo encontro com os pastores citados, mas negando qualquer irregularidade.
Em nota divulgada hoje, o ministro não comentou diretamente o áudio, porém ressaltou que a pasta realiza "atendimentos técnicos", "seguindo os princípios de transparência, integridade e governança".
"O Presidente da República não pediu atendimento preferencial a ninguém, solicitou apenas que pudesse receber todos que nos procurassem, inclusive as pessoas citadas na reportagem".
Parlamentares acionam STF, PGR, MPF e TCU contra Bolsonaro e ministro
Diversos parlamentares acionaram hoje órgãos de controle público após as recentes denúncias envolvendo a gestão de Milton Ribeiro no MEC (Ministério da Educação). Reportagens do Estadão e um áudio divulgado ontem pela Folha de S.Paulo indicam que pastores, mesmo sem cargo no governo, atuariam na negociação de verbas federais.
A minoria da Câmara dos Deputados e a bancada do PT na Casa protocolaram no STF (Supremo Tribunal Federal) uma notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ministro. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) também entrou com uma notícia-crime no Supremo, mas apenas contra Ribeiro.
O senador Alessandro Vieira (PSDB-SE), os deputados federais Tabata Amaral (PSB-SP) e Felipe Rigoni (União Brasil-ES) e o secretário municipal de Educação do Rio de Janeiro, Renan Ferreirinha (PSD-RJ), entraram com representação na PGR (Procuradoria-Geral da República) contra o ministro por improbidade administrativa.
Já a bancada do PSOL na Câmara foi ao TCU (Tribunal de Contas da União) e ao MPF (Ministério Público Federal) contra Bolsonaro, Ribeiro e pastores envolvidas nas denúncias publicadas pelos jornais.
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