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Petrópolis tem morte por leptospirose e aumento de casos da doença após chuvas

Local do desabamento na Rua Washington Luis, em Petrópolis, onde ao menos cinco pessoas morreram - Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Local do desabamento na Rua Washington Luis, em Petrópolis, onde ao menos cinco pessoas morreram Imagem: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

Roberta Jansen

08/04/2022 10h11Atualizada em 08/04/2022 12h44

Pelo menos uma pessoa morreu em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, vítima de leptospirose, doença transmitida pela urina de animais. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, desde o início do ano dezenove casos da doença foram registrados no município. Há outros 112 casos suspeitos. As autoridades atribuem a alta às fortes chuvas que castigaram o município em fevereiro e março, com desabamentos e inundações e mais de 240 mortes.

"Temos reforçado os alertas, principalmente por conta das chuvas que atingiram a cidade nos dias 15 de fevereiro e 20 de março", afirmou o secretário de Saúde da cidade, Marcus Curvelo. "Os sintomas podem aparecer até 30 dias depois do contato com a água e a lama das enchentes." Em 15 de fevereiro, o temporal recorde em Petrópolis teve o maior volume de precipitação em 90 anos.

Curvelo explicou que as pessoas que tiveram esse contato e apresentarem sintomas como febre associada a dores de cabeça ou dores no corpo devem procurar imediatamente uma unidade de saúde. "No caso de aparecimento dos sintomas, a pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de sua casa, pronto-socorro ou hospitais para avaliação médica, pois não existe vacina contra a leptospirose", orienta a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Alessandra Sauan.

Com as chuvas fortes registradas em outras regiões do Estado, como Paraty e Angra dos Reis, na Costa Verde, nos últimos dias, a Secretaria Estadual de Saúde também fez alerta para o risco de surgimento de novos casos da doença. "É muito importante que a população procure imediatamente um médico caso apresente sintomas compatíveis com a doença", afirmou o secretário estadual de saúde, Alexandre Chieppe.

"Os serviços de saúde também devem atentar para a inserção da leptospirose na suspeição clínica e diagnóstico diferencial de casos suspeitos de dengue e chikungunya. Historicamente, as notificações de leptospirose aumentam em períodos de chuva", acrescentou Chieppe.

Segundo a Secretaria de Saúde, de 2012 até o ano passado foram registrados, em média, 234 casos prováveis de leptospirose por ano no Estado. Em 2011, marcado pelas chuvas mais fortes já registradas no Rio, foram notificados 704 casos prováveis da doença. Houve 35 mortes.

A leptospirose é causada pela bactéria leptospira. Animais como os ratos são hospedeiros da bactéria, transmitida aos seres humanos pela exposição direta ou indireta à urina dos animais, que pode se misturar à água de enchentes A bactéria invade o organismo por meio de pequenas fissuras na pele ou mucosas. Em geral, a doença se manifesta de forma branda, mas alguns pacientes podem apresentar a variedade grave.