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Ciro Gomes culpa PT do Rio por eleição de Witzel; petista reage

Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à presidência em 2022 - ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO
Ciro Gomes (PDT), pré-candidato à presidência em 2022 Imagem: ALEX SILVA/ESTADÃO CONTEÚDO

Davi Medeiros

São Paulo

11/04/2022 11h45

A escritora Márcia Tiburi respondeu, neste domingo, 10, a uma declaração feita pelo presidenciável Ciro Gomes (PDT) durante a Brazil Conference. Em sua participação no evento, o ex-ministro afirmou que o campo da esquerda "cai como um patinho" nas provocações de aliados do presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre as chamadas "pautas de costumes". Segundo o pré-candidato, foi a abordagem da esquerda sobre temas dessa natureza que levou à eleição de Marcelo Crivella e Wilson Witzel como prefeito e governador do Rio de Janeiro, respectivamente.

O pedetista lembrou de frases polêmicas da escritora - que é filiada ao PT e já foi candidata do partido ao governo do Rio -, como quando ela disse haver certa "lógica" no assalto dentro do contexto capitalista, e disse considerar que elas fornecem munição eleitoral para fragilizar candidaturas de esquerda.

"Eu não caio nessa", afirmou Ciro. "Quando a Márcia Tiburi, que é uma pessoa muito interessante, não tenho dúvida disso, o PT a lança como candidata ao governo do Rio e a turma recupera vídeos dela fazendo apologia ao assalto". Ele também mencionou um vídeo em que, participando de um evento acadêmico, a escritora faz declarações sobre a importância dos órgãos genitais na literatura.

O presidenciável do PDT defendeu, ainda, que o debate com o presidente Bolsonaro tenha foco em temas como "economia e emprego", e não "kit gay". Ele descreveu a população brasileira como "crescentemente neopentecostal e profunda e enraizadamente cristã em matéria de costumes". Por isso, segundo o pré-candidato, discutir esses temas favorece o chefe do Executivo.

No Twitter, Tiburi discordou do que foi dito por Ciro, afirmou que fica "triste em ver o político que ele vem se tornando" e criticou sua postura, que, segundo ela, remete a um coronel.

"Eu o vi falar ao vivo duas vezes. Numa delas, tomei a liberdade de dizer que ele tinha muito futuro, caso conseguisse deixar de lado sua postura de coronel. Ele não seguiu o meu conselho. E segue afundando no narcisismo primário que destrói carreiras políticas. O narcisismo masculinista é um assunto grave na política brasileira", publicou a escritora.