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Doria diz ser 'especialista' em romper resistências no PSDB; Leite afirma estar 'na pista'

Doria venceu as prévias em novembro do ano passado, superando o ex-governador gaúcho - Gustavo Mansur/Palácio Piratini
Doria venceu as prévias em novembro do ano passado, superando o ex-governador gaúcho Imagem: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Alessandra Monnerat, Gustavo Queiroz e Davi Medeiros

Em São Paulo

11/04/2022 07h37

O pré-candidato tucano à Presidência, João Doria, reforçou ontem sua determinação de disputar a eleição deste ano. Durante sabatina na Brazil Conference, Doria disse ser um "especialista" em romper com as resistências dentro do PSDB.

A disposição de Doria coloca em xeque a articulação envolvendo alas da sigla tucana, MDB e União Brasil por uma chapa que reúna o ex-governador do Rio Grande do Sul Eduardo Leite (PSDB) e a senadora Simone Tebet, pré-candidata emedebista. Depois de migrar do Podemos para o União Brasil, o ex-juiz Sergio Moro já não é mais visto como potencial candidato pelos nomes do centro político.

Em um recado aos demais postulantes de uma candidatura única em torno da "terceira via", Doria pregou consenso entre as siglas, mas indicou que não deve abrir mão de ser o candidato escolhido pelo grupo.

"Em 2016 eu disputei prévias para a prefeitura de São Paulo. A maioria expressiva do PSDB não me queria como candidato", disse o ex-governador. "Não era uma parte, era a maioria expressiva. O partido teve que fazer prévias. A minha probabilidade de vencer as prévias era praticamente nenhuma. Vencemos as prévias e depois vencemos as eleições. Em 2018 mais uma vez prévias do PSDB, fui colocado por deputados estaduais que não representavam a maioria", destacou. "O então governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, por quem tenho respeito, se posicionou contra mim, apoiando a candidatura de Márcio França, do PSB (...) Disputei as prévias com pouca probabilidade de vencer. Vencemos as prévias e as eleições. Estou me tornando um especialista em romper com essas tradições."

Evento

Doria venceu as prévias em novembro do ano passado, superando o ex-governador gaúcho. A disputa dentro do PSDB é considerada central para uma articulação que reúna os três partidos em uma mesma chapa. Leite e Simone participaram também do evento realizado em Boston e apoiado pelas universidades Harvard e MIT - que tem o jornal O Estado de S. Paulo como parceiro na cobertura dos debates.

"Estou na pista para negócios", disse Leite no último painel da conferência após ser provocado pela colunista do jornal O Estado de S. Paulo Eliane Cantanhêde.

Já Simone Tebet afirmou que se sente preparada para liderar a candidatura presidencial organizada pelo que chamou de "centro democrático" e disse que considera Moro atualmente fora do páreo. "Me desculpe o ministro Sérgio Moro, mas hoje ele não é, por enquanto, o pré-candidato do União Brasil, que vai ter um pré-candidato que é o Luciano Bivar."

Em sabatina realizada no sábado, o ex-juiz falou como presidenciável e disse seguir com disposição para a candidatura presidencial. "Óbvio que todos nós nos sentimos preparados. Eu me sinto preparada para liderar essa legião que existe por trás de nós que não quer nem o atual governo nem voltar ao passado", afirmou.

Partidos

Os dirigentes do PSDB, MDB, Cidadania e União Brasil decidiram lançar uma candidatura conjunta à presidência, cujo nome será anunciado no dia 18 de maio.

Entre as propostas discutidas para um possível governo liderado por ela, Tebet defendeu que questões referentes à segurança pública precisam ser coordenadas pelo governo federal. Neste contexto, sugeriu a criação de um ministério da Segurança Pública separado do Ministério da Justiça.

Em meio a diversas críticas ao governo, a senadora aproveitou, ainda, para levantar a bandeira de uma reforma tributária que, segundo ela, poderia diminuir a desigualdade de renda no Brasil. Ela propôs, por exemplo, a readequação de tributos para a faixa mais rica da população.

Já o debate em que Leite participou passou por diferentes temas da área econômica. Ao ser questionado sobre a atual política de preços de combustíveis, ele disse que a Petrobras "precisa ser conduzida a um processo de privatização responsável".

Lemann afirma que País terá 'novo presidente' em 2023

O bilionário e megainvestidor Jorge Paulo Lemann afirmou que o Brasil terá "um novo presidente" em 2023. A declaração foi dada no sábado, 9, em um painel da Brazil Conference que discutia inovação nos modelos de trabalho pós-covid.

Durante o debate, ele foi questionado sobre seus planos e metas para 2023.

Na resposta, Lemann disse desejar que o País melhore seu sistema de educação e sinalizou que espera mudanças no Executivo federal: "Temos uma eleição em curso no Brasil e teremos um novo presidente."

Lemann acrescentou ainda que, em sua visão, o avanço da educação no País deve ser prioridade nas próximas décadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.