Topo

Esse conteúdo é antigo

Bolsonaro defende uso de armas como 'garantia' para a democracia

Presidente também disse que "nossa democracia e nossa liberdade são inegociáveis" - Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo
Presidente também disse que 'nossa democracia e nossa liberdade são inegociáveis' Imagem: Mateus Bonomi/Estadão Conteúdo

Eduardo Gayer

Por Brasília

17/05/2022 13h30Atualizada em 17/05/2022 13h34

O presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu hoje o uso de armas de fogo para garantir a democracia no país.

"A arma de fogo, além de segurança para as famílias, é segurança para nossa soberania nacional e a garantia de que a nossa democracia será preservada. Não interessa os meios que um dia porventura tenhamos que usar. Nossa democracia e nossa liberdade são inegociáveis", afirmou o chefe do Executivo.

A declaração foi feita na inauguração de trechos da BR-101/SE, em Propriá (SE), e no momento em que o presidente, pré-candidato a um novo mandato, é acusado por opositores de preparar seu discurso para tentar "melar" as eleições deste ano em caso de derrota nas urnas.

No mesmo discurso, Bolsonaro fez um novo aceno a profissionais da segurança pública, que pressionam por uma reestruturação das carreiras prometida pelo governo.

"Lamentamos o poder aquisitivo dos servidores públicos, mas tenho certeza que brevemente isso será recuperado. Em especial nossa Polícia Rodoviária Federal, que está nos acompanhando neste momento", prometeu.

Ele ainda reconheceu a perda do poder aquisitivo da população de um modo geral, mas defendeu a atuação do governo na política para fertilizantes.

"Garantimos fertilizante a vocês fazendo contato com o governo da Rússia. Na semana passada, 26 navios aportaram aqui com fertilizantes, suficiente para a safra deste ano", declarou o presidente.

Em pré-campanha, Bolsonaro também acenou ao senador Fernando Collor (PTB-AL), chamando-o de "grande aliado no Parlamento" - e repetiu a frase "o Nordeste é nosso".

O Nordeste é a região do país em que o presidente enfrenta mais dificuldades ante a vantagem do pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Bolsonaro encerrou o discurso com o lema "Deus, Pátria, Família e Liberdade". "Deus, Pátria e Família" era a frase-síntese da Ação Integralista Brasileira, movimento de inspiração fascista fundado no Brasil por Plínio Salgado, em 1932.

O governo Bolsonaro teve início em 1º de janeiro de 2019, com a posse do presidente Jair Bolsonaro (então no PSL) e de seu vice-presidente, o general Hamilton Mourão (PRTB). Ao longo de seu mandato, Bolsonaro saiu do PSL e ficou sem partido até filiar ao PL para disputar a eleição de 2022, quando foi derrotado em sua tentativa de reeleição.