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Mercadante diz que relatório de transição tem 23 páginas 'só de revogaço'

O ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT), coordenador do plano de governo - REUTERS/Adriano Machado
O ex-presidente Lula (PT) e o ex-ministro Aloízio Mercadante (PT), coordenador do plano de governo Imagem: REUTERS/Adriano Machado

Célia Froufe, Eduardo Gayer e Lavínia Kaucz

Brasília

13/12/2022 15h52

O coordenador técnico do governo de transição, Aloizio Mercadante, fez duras críticas em relação à situação do governo atual e disse que haverá drásticas mudanças assim que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva tomar posse.

"Só de revogaço tem 23 páginas, passando por uma peneira bem fina para avaliar cada medida e suas implicações e avaliar junto com o presidente o que será revogado", disse em relação aos 32 relatórios que foram produzidos pelos grupos de trabalho.

Mercadante afirmou que os documentos apresentam um diagnóstico muito preciso sobre suas diferentes áreas. "O governo disse que a situação fiscal está muito boa. Tá muito boa para quem? Educação não tem livro didático, reajuste de merenda, bolsa de estudos da Capes. Na Saúde, não tem recursos para a Farmácia Popular, tratamento de câncer, em cada uma das áreas", citou. "Para qualquer área que a gente tem olhado não tem dinheiro: para a defesa civil, desastres naturais, não tem investimento em obras hídricas estruturantes e nem prevenção contra desastres naturais", continuou.

Na lista, o coordenador completou dizendo que não há precisão para o Bolsa Família, para o salário mínimo, que o DNIT recebeu o menor valor desde que foi criado, em 20 anos de história, não tem recurso para manutenção das estradas. "O diagnóstico é muito difícil".

Por isso, de acordo com ele, a PEC da Transição é indispensável ao País. "Temos que pagar 600 reais em janeiro e espero que os deputados votem o mais rápido possível", pediu. Segundo Mercadante, não há previsão de receitas para cobrir os buracos que a equipe tem encontrado. "Conseguimos desenhar nova estrutura de governo sem aumentar gastos com estrutura, racionalizando."