Em primeira missa do ano, Papa pede fim da indiferença
Na primeira celebração de 2016, o papa Francisco pediu o fim da indiferença na humanidade e lembrou que hoje é o Dia Mundial da Paz.
Segundo Francisco, apenas a "misericórdia" - tema do Jubileu católico - pode "regenerar" o homem para que "ele vença a indiferença que impede a solidariedade e que saia da falsa neutralidade que cria obstáculos que impedem a partilha".
Ainda durante a homilia, o sucessor de Bento XVI retomou um dos temas que mais falou em 2015 e ressaltou que "as múltiplas formas de injustiça e de violência [...] ferem cotidianamente a humanidade".
"Às vezes nos perguntamos: como é possível que perdure a opressão do homem sobre o homem? Que a arrogância continue a humilhar os mais fracos, deixando-os às margens mais abandonadas do nosso mundo? Até quando a maldade humana semeará sobre a terra a violência e o ódio, provocando vítimas inocentes? ", refletiu o líder católico.
Falando sobre os imigrantes, Jorge Mario Bergoglio ainda questionou: "como pode haver plenitude em um tempo em que se coloca, diante de nossos olhos, multidões de homens, mulheres e crianças que fogem da guerra, da fome, da perseguição, dispostos à arriscar a sua vida para ver respeitados os seus direitos fundamentais?".
"Um rio de miséria, alimentado pelo pecado, parece contradizer a plenitude do tempo idealizada por Cristo. No entanto, esse rio nada pode contra o oceano de misericórdia que inunda o nosso mundo. Somos todos chamados a entrar nesse oceano e nos deixar regenerar", destacou.
Durante o Angelus, após a missa, o Papa retomou o assunto da indiferença e destacou que ela é uma "das inimigas da paz". "A inimiga da paz não é só a guerra, mas também a indiferença, que faz pensar apenas em si próprio e cria barreiras, suspeitos, medos e fechamentos", ressaltou.
Lembrando o Dia Mundial da Paz, Bergoglio falou sobre a importância de desejar o bem para os outros durante o primeiro dia de um novo ano.
"No início do ano, é bonito trocar saudações. Renovamos assim de um para outro, o desejo de que aquele que começa seja um pouco melhor. No fundo, é um sinal de esperança que nos anima e nos convida a acreditar na vida. Mas, sabemos que com o ano novo, não mudará tudo e muitos problemas de ontem permanecerão amanhã", disse o líder católico pedindo para que os fiéis acreditem em Deus como forma de mudar o futuro.
"O Pai é um apaixonado pelo homem que não se cansa jamais de recomeçar conosco para nos renovar. Mas, ele não promete mudanças mágicas porque Ele não usa uma varinha mágica. Ele ama mudar a realidade por dentro, com paciência e amor. Pede para entrar na nossa vida com delicadeza, como a chuva na terra, para criar frutos. E sempre nos espera com tenacidade", finalizou.
Na tarde de hoje (01), o Pontífice irá abrir a Porta Santa da Basílica de Santa Maria Maggiore, em mais uma etapa do Ano Santo Extraordinária.
- Segurança reforçada: Para a celebração deste dia 1º, o Vaticano amanheceu "blindado".
Todas as estradas ao redor da Praça São Pedro receberam imponentes medidas de segurança com vários níveis de controle. A Santa Sé é alvo constante de ameaças de grupos terroristas que veem a Igreja Católica como inimiga de sua fé.
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