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Empresa britânica é acusada de 'apartheid' contra imigrantes

Portas pintadas de vermelho nas casas onde moram requerentes de residência na Inglaterra geraram queixas de discriminação, na região de Middlesbrough, norte do país - Phil Noble/Reuters
Portas pintadas de vermelho nas casas onde moram requerentes de residência na Inglaterra geraram queixas de discriminação, na região de Middlesbrough, norte do país Imagem: Phil Noble/Reuters

Em Londres (Inglaterra)

20/01/2016 12h29

Uma série de casas que abrigam imigrantes no norte da Inglaterra têm portas pintadas de vermelho, em uma espécie de "apartheid" com os estrangeiros, denunciou o jornal "The Times" nesta quarta-feira (20).   

Com isso, os moradores dos imóveis, que são solicitantes de asilo no país, tornam-se alvos de grupos racistas e xenófobos constantemente.   

Segundo a publicação, as casas, que ficam em Middlesbrough, são de propriedade da Jomast, uma subcontratada da gigante do setor de serviços G4S.   

"Eles nos colocaram atrás de portas vermelhas. Quando as pessoas as veem, todo mundo sabe que são solicitantes de asilos. É como dizer que nós não somos o mesmo que você", disse um dos moradores ao "Times". De acordo com o periódico, que analisou o local, 155 de 168 casas visitadas em Middlesbrough têm a porta vermelha.   

Tanto a G4S como a Jomast se manifestaram e disseram que não há nenhuma "política da empresa" em colocar os estrangeiros em casas marcadas, mas que para evitar mais problemas, vai pintar as portas com outras cores.

Por causa da polêmica no local, um deputado pediu ajuda ao primeiro-ministro britânico, David Cameron. O ministro da Imigração, James Brokenshire, demonstrou preocupação com o caso. "Eu estou profundamente preocupado com esse problema e pedi uma investigação urgente sobre as casas dos solicitantes de asilo no norte do país", afirmou ao jornal "The Independent".