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Em Davos, Macri e Cameron debatem retomada e Malvinas

Mauricio Macri, presidente da Argentina - Victoria Egurza/Telam/Xinhua
Mauricio Macri, presidente da Argentina Imagem: Victoria Egurza/Telam/Xinhua

Em São Paulo

22/01/2016 10h42

Em encontro em Davos, na Suíça, o presidente argentino, Mauricio Macri, e o premiê britânico, David Cameron, acordaram em relançar as relações bilaterais que passaram por fortes tensões durante o kirchnerismo, principalmente por conta da disputa pelas ilhas Malvinas, além de aprofundar o diálogo sobre o tema.

Após o encontro, Macri disse a jornalistas que "foi uma reunião construtiva" e que quer "que sejam debatidos [com Londres] todos os temas, inclusive as Malvinas", de domínio britânico, porém contestado pelo governo argentino.

A chanceler argentina, Susana Malcorra, destacou, como informou o jornal local "La Nación", que a relação não será "malvinizada", mas também não pretende "desmalvinizá-la". Malcorra ainda explicou que uma delegação britânica irá viajar para a Argentina para debater os termos da retomada.

Além de Malvinas, outros assuntos que devem ser debatidos são a luta contra o narcotráfico, contra a corrupção, contra o aquecimento global e o apoio britânico para o desenvolvimento financeiro da Argentina.

Após o encontro, um comunicado oficial britânico declarou que "nossa posição sobre as Malvinas segue a mesma, e o recente referendo foi absolutamente claro a respeito da vontade dos habitantes locais de continuarem sendo britânicos".

Histórico

Desde 1833, Buenos Aires e Inglaterra brigam pelo arquipélago, que é chamado de Falkland Islands pelos britânicos. Sob o governo ditatorial de uma junta militar, em 1982 os argentinos decidiram invadir o local para uma retomada à força. Porém, pouco tempo após o início do sangrento confronto, Buenos Aires se rendeu. Mais de 600 militares sul-americanos e 255 britânicos morreram nos combates.

No governo de Cristina Kirchner, o impasse voltou a ter destaque e as tensões com Londres aumentaram. Autoridades de Londres sempre defenderam que os kelpers, como são chamados os habitantes das ilhas, devem escolher sua nacionalidade.

Em referendo realizado em 2013, a maioria da população local escolheu continuar sob domínio britânico. O pleito, no entanto, foi considerado ilegal pela Argentina e não teve reconhecimento das Nações Unidas (ONU).