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Vaticano investiga reforma em apartamento de cardeal Bertone

31/03/2016 07h42

CIDADE DO VATICANO, 31 MAR (ANSA) - O Vaticano confirmou nesta quinta-feira (31) que está investigando a reforma ocorrida no apartamento do ex-secretário de Estado cardeal Tarcisio Bertone.   

Uma denúncia aponta que os trabalhos foram pagos com dinheiro desviado do hospital infantil Menino Jesus.   

Segundo o vice-diretor do setor de comunicação, Greg Burke, "estão sendo investigados Giuseppe Profitti e Massimo Spina", ex-diretores do hospital. Mas, o cardeal não está na lista de investigados.   

A confirmação da Santa Sé ocorreu após a revelação do jornal italiano "L'Espresso" de que a entidade estava investigando o caso.   

O periódico seguiu a linha do material publicado pelo jornalista Emiliano Fittipaldi no livro "Avarizia" ("Avareza"), que apontavam que os juízes analisam os crimes de "peculato, apropriação e uso ilícito de dinheiro" com as verbas do hospital. Porém, atualmente, o jornalista é um dos alvos do processo "Vatileaks 2", que apura o vazamento de informações sigilosas do Vaticano para a imprensa.   

No livro, Fittipaldi acusa o cardeal de ter desviado 200 mil euros da instituição para pagar uma reforma em seu luxuoso apartamento na cidade-Estado - que tem 296 metros. Apesar de sempre se dizer inocente e que, se houve desvio, ele nunca soube porque também tem os recibos que comprovam o pagamento das obras, Bertone "doou" 150 mil euros no fim do ano passado para o hospital.   

"O cardeal Bertone não recebeu dinheiro diretamente, mas reconheceu que tudo o que ocorreu constituiu um dano para nosso hospital e decidiu vir ao nosso encontro com uma doação de 150 mil euros, que serão utilizados para apoiar os nossos projetos de buscas por doenças raras e pouco estudadas", informou à época a atual diretora da instituição, Mariella Enoc.   

Em artigo publicano na noite de ontem (30), Fittipaldi afirmou que "dificilmente, a Santa Sé poderá evitar um seu envolvimento direto no escândalo". "Se Bertone fosse incriminado, ele será julgado pela Corte de Cassação da Cidade do Vaticano. Seria o primeiro caso da história", publicou o jornalista. (ANSA)
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