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Após 2 anos,sumiço de estudantes no México segue um mistério

27/09/2016 11h05

CIDADE DO MÉXICO, 27 SET (ANSA) - Dois anos após o desaparecimento de 43 estudantes em Iguala, no sul do México, o mistério persiste, assim como o pedido por justiça de seus pais e familiares, e as autoridades continuam a procura com a ajuda de alta tecnologia.   

O segundo aniversário do desaparecimento foi marcado por manifestações em todo o país, exigindo o esclarecimento do caso e a punição dos responsáveis. O principal protesto foi registrado na tarde desta segunda-feira, dia 26, nas ruas da capital, Cidade do México, e contou com a presença de milhares de pessoas, além dos pais dos 43 estudantes.   

Até agora foram presas mais de 150 pessoas, incluindo Sidronio Casarrubias, chefe do cartel "Guerreiros Unidos", e o então prefeito da cidade de Iguala, José Luis Abarca,considerados autores intelectuais do crime, mas as famílias das vítimas não estão satisfeitas.   

Na noite entre os dias 26 e 27 de setembro, os estudantes, que foram a Iguala, terceira maior cidade do estado de Guerrero, para pegar um ônibus até a Cidade do México, onde protestariam por melhores condições de educação, foram brutamente atacados por policiais. Como resultado do confronto, seis pessoas foram mortas e mais de 40 ficaram desaparecidas.   

A mulher do então prefeito José Luis Abarca, Angeles Pineda, que desejava substituí-lo no cargo, estava promovendo um evento beneficente neste dia. Sentindo-se ameaçados, o casal, que tinha envolvimento com o narcotráfico local, teria pedido que o cartel desse fim ao grupo. Segundo a versão oficial, os estudantes foram mortos e seus corpos queimados e jogados no rio San Juan. A hipótese, no entanto, é questionada pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), assim como por outros especialistas forenses. Os pais das vítimas também rechaçam a versão e asseguram ter indícios de que seus filhos continuam vivos, nas mãos do narcotráfico ou de algum outro grupo.   

O caso comoveu os mexicanos, que acreditam que as autoridades não se empenharam o suficiente para resolver a situação, e desencadeou a pior crise política da gestão do presidente Enrique Peña Nieto. No último dia 14, o diretor da Agência de Investigação Criminal, Tomás Zerón, renunciou ao cargo após ser acusado de "plantar" evidências que corroborassem com a versão do governo.   

Para acalmar os familiares das vítimas, as autoridades mexicanas continuam a busca na região com equipamento de ponta, entre eles aviões altamente tecnológicos, e o auxílio de especialistas internacionais. (ANSA)
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