Em meio a crise no PD, Renzi viaja aos Estados Unidos
ROMA, 21 FEV (ANSA) - Em meio à crise que ameaça dividir o maior partido da Itália, o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi embarcou na manhã desta terça-feira (21) para os Estados Unidos.
O ex-premier passará alguns dias na Califórnia, onde encontrará comunidades de empreendedores, principalmente do setor de energia fotovoltaica. "A prioridade é aprender com quem sabe como criar empregos e crescimento no mundo que muda, no mundo digital, no mundo da inovação", escreveu Renzi em seu blog.
No último fim de semana, o ex-primeiro-ministro renunciou ao cargo de líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) para tentar conter as insatisfações contra ele dentro da legenda. No entanto, sua decisão de concorrer nas primárias que definirão o próximo chefe da sigla irritou seus adversários.
Desde que Renzi ascendeu à liderança do PD, no fim de 2013, ele enfrenta a resistência do grupo derrotado por ele naquele ano.
Inicialmente encabeçado pelo ex-premier Massimo D'Alema e pelo ex-secretário do partido Pier Luigi Bersani, essa minoria vem ganhando corpo nos últimos meses, com a adesão do deputado Roberto Speranza e dos governadores Enrico Rossi (Toscana) e Michele Emiliano (Puglia).
Após a derrota de Renzi no referendo constitucional de 4 de dezembro, que levou a sua renúncia ao cargo de premier, seus adversários no PD cobraram a antecipação do congresso para definir o próximo líder da legenda, que devia acontecer entre setembro e dezembro de 2017.
Inicialmente refratário a essa ideia, o ex-primeiro-ministro cedeu e aceitou apressar a troca de poder na sigla, mas isso não foi suficiente para acalmar seus rivais, que mudaram de postura e passaram a exigir que Renzi continue no cargo até o fim do ano e dê apoio explícito para o premier Paolo Gentiloni concluir seu mandato, em 2018.
Além disso, a minoria diz que a antecipação do congresso, provavelmente para maio, não dará tempo para se discutir adequadamente o novo programa da sigla. Esse grupo também pede que o PD dê uma guinada à esquerda, renunciando às privatizações e fazendo as pazes com os sindicatos.
Contudo, é pouco provável, ao menos por enquanto, que algum expoente dessa facção consiga derrotar Renzi na disputa pelo comando do partido centro-esquerdista. Ao antecipar o congresso, o ex-primeiro-ministro busca uma maneira de se fortalecer pelo voto e se sobrepor de maneira definitiva a seus adversários internos, que parecem cada vez mais propensos a deixar a legenda.
Oriundo da democracia social e cristã, Renzi nunca agradou à ala mais tradicional do partido, que tem raízes socialistas ou comunistas e o acusa de promover uma gestão autoritária no partido e afastá-lo das propostas da esquerda.
O PD é atualmente o maior grupo político da Itália, e uma eventual cisão poderia comprometer o governo Gentiloni, formado às pressas após a renúncia de Renzi. Além disso, o enfraquecimento da sigla abriria espaço para partidos ultranacionalistas e populistas, que se aproveitam do descontentamento dos cidadãos com o establishment.
Entre 15 de abril e 15 de junho, a Itália realizará eleições municipais em 999 cidades, incluindo Gênova, L'Aquila, Palermo, Parma, Lucca, Pádua e Verona, em um pleito que servirá para testar a força de Renzi após o referendo de dezembro passado.
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
O ex-premier passará alguns dias na Califórnia, onde encontrará comunidades de empreendedores, principalmente do setor de energia fotovoltaica. "A prioridade é aprender com quem sabe como criar empregos e crescimento no mundo que muda, no mundo digital, no mundo da inovação", escreveu Renzi em seu blog.
No último fim de semana, o ex-primeiro-ministro renunciou ao cargo de líder do centro-esquerdista Partido Democrático (PD) para tentar conter as insatisfações contra ele dentro da legenda. No entanto, sua decisão de concorrer nas primárias que definirão o próximo chefe da sigla irritou seus adversários.
Desde que Renzi ascendeu à liderança do PD, no fim de 2013, ele enfrenta a resistência do grupo derrotado por ele naquele ano.
Inicialmente encabeçado pelo ex-premier Massimo D'Alema e pelo ex-secretário do partido Pier Luigi Bersani, essa minoria vem ganhando corpo nos últimos meses, com a adesão do deputado Roberto Speranza e dos governadores Enrico Rossi (Toscana) e Michele Emiliano (Puglia).
Após a derrota de Renzi no referendo constitucional de 4 de dezembro, que levou a sua renúncia ao cargo de premier, seus adversários no PD cobraram a antecipação do congresso para definir o próximo líder da legenda, que devia acontecer entre setembro e dezembro de 2017.
Inicialmente refratário a essa ideia, o ex-primeiro-ministro cedeu e aceitou apressar a troca de poder na sigla, mas isso não foi suficiente para acalmar seus rivais, que mudaram de postura e passaram a exigir que Renzi continue no cargo até o fim do ano e dê apoio explícito para o premier Paolo Gentiloni concluir seu mandato, em 2018.
Além disso, a minoria diz que a antecipação do congresso, provavelmente para maio, não dará tempo para se discutir adequadamente o novo programa da sigla. Esse grupo também pede que o PD dê uma guinada à esquerda, renunciando às privatizações e fazendo as pazes com os sindicatos.
Contudo, é pouco provável, ao menos por enquanto, que algum expoente dessa facção consiga derrotar Renzi na disputa pelo comando do partido centro-esquerdista. Ao antecipar o congresso, o ex-primeiro-ministro busca uma maneira de se fortalecer pelo voto e se sobrepor de maneira definitiva a seus adversários internos, que parecem cada vez mais propensos a deixar a legenda.
Oriundo da democracia social e cristã, Renzi nunca agradou à ala mais tradicional do partido, que tem raízes socialistas ou comunistas e o acusa de promover uma gestão autoritária no partido e afastá-lo das propostas da esquerda.
O PD é atualmente o maior grupo político da Itália, e uma eventual cisão poderia comprometer o governo Gentiloni, formado às pressas após a renúncia de Renzi. Além disso, o enfraquecimento da sigla abriria espaço para partidos ultranacionalistas e populistas, que se aproveitam do descontentamento dos cidadãos com o establishment.
Entre 15 de abril e 15 de junho, a Itália realizará eleições municipais em 999 cidades, incluindo Gênova, L'Aquila, Palermo, Parma, Lucca, Pádua e Verona, em um pleito que servirá para testar a força de Renzi após o referendo de dezembro passado.
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