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Após saírem do PD, ex-militantes fundam nova sigla na Itália

25/02/2017 15h03

ROMA, 25 FEV (ANSA) - A crise interna no maior partido da Itália, o governista Partido Democrático (PD), deu origem a uma nova sigla no ambiente político italiano: o "Democratas e Progressistas" (DP).   

Fundado por uma dissidência minoritária - que existe desde o governo do ex-premier Matteo Renzi - o DP tem como fundadores dois dos símbolos da antiga legenda: o deputado Roberto Speranza e o governador da Toscana, Enrico Rossi. "O artigo 1 da Constituição, 'a Itália é uma República fundada sobre o trabalho', é o traço de identidade mais bonito de nossa comunidade. Nós somos isso, esse é o nosso símbolo, o nosso projeto para a Itália. Nos últimos anos, nós vivemos uma fratura entre o povo e seus representantes sobre trabalho, escola e meio-ambiente", disse Speranza.   

A fala de um dos líderes do novo movimento refere-se a três reformas importantes feitas durante o governo de Renzi: a reforma trabalhista, a reforma escolar e ao referendo sobre a exploração de poços de petróleo na costa da Itália. Todas as mudanças, aprovadas pelo Legislativo, foram vitórias do ex-primeiro-ministro e que, a então minoria do PD, votou contra.   

Speranza e Rossi eram dois dos principais expoentes dessa "minoria", ao lado do governador da Púglia, Michele Emiliano.   

Este último, no entanto, decidiu "mudar" o PD de dentro, anunciando que é um dos postulantes à vaga de secretário do partido governista.   

O novo partido de centro-esquerda será mais voltado para a esquerda "tradicional" e, se ganhar força, deve ser um dos principais adversários políticos de Renzi. "Nós estamos aqui porque temos um adversário, que é a direita e a deriva populista, e nós só vamos derrotá-la se nós construirmos a esquerda. Não se vence qualificando-se nem como de direita ou de esquerda, nem se vence com políticas moderadas que não são nem de direita, nem de esquerda", acrescentou Rossi.   

- Saídas: O novo partido deve contar com o atual vice-ministro do Interior, Filippo Bubbico, que anunciou durante a semana sua saída do PD.   

Neste sábado, mais um nome de peso anunciou que deixa o Partido Democrático. Encarregado por Renzi de ser o comissário para a reconstrução das áreas afetadas pelos terromotos de 2016, Vasco Errani disse que está deixando o partido - mas não informou se irá se filiar a nova sigla.   

"Há a necessidade de um novo campo de centro-esquerda. Não quero fazer um novo partido e não o farei. Vou para essa nova aventura, mas estou seguro de que não se trata de um adeus.   

Trata-se de tentar dar uma contribuição para reencontrar um novo projeto, diferente do Ulivo e do PD, mas com aquela inspiração - até porque eu só tenho aquela inspiração", afirmou Errani.   

(ANSA)
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