Análise/Trump assinará lei que põe fim à privacidade na web
WASHINGTON, 29 MAR (ANSA) - Por Claudio Salvalaggio - Donald Trump e os republicanos cancelaram mais uma herança do governo de Barack Obama: a privacidade na internet. E a indústria de telecomunicações comemora.
Após ter banido as normas ambientais criadas por seu antecessor, o presidente dos Estados Unidos vai assinar um documento aprovado pelo Congresso, controlado por seu partido, sobre as normas que desde o fim do ano passado impediam que os fornecedores de conexão de banda larga recolhessem e vendessem dados dos clientes sem a autorização deles.
"A Casa Branca apoia fortemente a iniciativa da Câmera", já havia anunciado o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, poucas horas antes da votação na Casa (215 votos a favor e 205 contrários), seguida pela votação no Senado.
Com a abolição da restrição, os provedores de internet como a Comcast, Verizon e AT&T poderão vender aos melhores compradores dados como a cronologia de pesquisas, a geolocalização, os números de previdência social ou os aplicativos baixados, permitindo a construção de preciosos perfis altamente personalizados.
Das buscas na web, de fato, aparecem nossos hábitos de vida, os nossos gastos: restaurantes, músicas, férias, médicos, até a orientação sexual, religiosa e política. Mas, como esse passo para trás foi dado, já que ele, entre outras coisas, aumentará o interesse dos hackers? Os republicanos e as indústrias do setor lamentavam uma espécie de disparidade a favor de gigantes da web, como o Google e o Facebook, que não têm obrigações legais referente à privacidade.
Os colossos da telecomunicação chegam assim na disputa por uma "torta" publicitária de US$ 83 bilhões, junto às duas maiores empresas de tecnologia. E com uma posição privilegiada: poderão rastrear praticamente todos os sites navegados e monitorar com mais competência as atividades online.
As reações das entidades que defendem os consumidores foram duras. "O voto de hoje significa uma só coisa: os EUA não serão mais seguros de maneira online a partir do momento que os detalhes mais pessoais estarão secretamente sob controle e vendidos a quem pagar mais", disse Jeffrey Chester, diretor-executivo do Centro para Democracia Digital.
A mesma reação foi dada por outras organizaçãoes, como a Electronic Frontier Foundation (EFF).
A abolição da norma de Obama pode ser apenas o primeiro passo para a desregulamentação. O próximo seria o desmantelamento da "Net Neutrality" ("Neutralidade da rede", em tradução livre) que impede que os provedores de internet favoreçam alguns apps ou sites em relação a outros. O temor é causado pela escolha de Trump, que nomeou como líder da Comissão Federal de Comunicação Ajit Pai, um feroz opositor da neutralidade na web.
"Precisamos transformar os cortes e remover aquelas regras que estão causando obstáculos para os investimentos, a inovação e a criação de postos de trabalho", disse Pai ao assumir o cargo, em um discurso semelhante ao feito por Trump ao revogar as normas climáticas. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Após ter banido as normas ambientais criadas por seu antecessor, o presidente dos Estados Unidos vai assinar um documento aprovado pelo Congresso, controlado por seu partido, sobre as normas que desde o fim do ano passado impediam que os fornecedores de conexão de banda larga recolhessem e vendessem dados dos clientes sem a autorização deles.
"A Casa Branca apoia fortemente a iniciativa da Câmera", já havia anunciado o porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, poucas horas antes da votação na Casa (215 votos a favor e 205 contrários), seguida pela votação no Senado.
Com a abolição da restrição, os provedores de internet como a Comcast, Verizon e AT&T poderão vender aos melhores compradores dados como a cronologia de pesquisas, a geolocalização, os números de previdência social ou os aplicativos baixados, permitindo a construção de preciosos perfis altamente personalizados.
Das buscas na web, de fato, aparecem nossos hábitos de vida, os nossos gastos: restaurantes, músicas, férias, médicos, até a orientação sexual, religiosa e política. Mas, como esse passo para trás foi dado, já que ele, entre outras coisas, aumentará o interesse dos hackers? Os republicanos e as indústrias do setor lamentavam uma espécie de disparidade a favor de gigantes da web, como o Google e o Facebook, que não têm obrigações legais referente à privacidade.
Os colossos da telecomunicação chegam assim na disputa por uma "torta" publicitária de US$ 83 bilhões, junto às duas maiores empresas de tecnologia. E com uma posição privilegiada: poderão rastrear praticamente todos os sites navegados e monitorar com mais competência as atividades online.
As reações das entidades que defendem os consumidores foram duras. "O voto de hoje significa uma só coisa: os EUA não serão mais seguros de maneira online a partir do momento que os detalhes mais pessoais estarão secretamente sob controle e vendidos a quem pagar mais", disse Jeffrey Chester, diretor-executivo do Centro para Democracia Digital.
A mesma reação foi dada por outras organizaçãoes, como a Electronic Frontier Foundation (EFF).
A abolição da norma de Obama pode ser apenas o primeiro passo para a desregulamentação. O próximo seria o desmantelamento da "Net Neutrality" ("Neutralidade da rede", em tradução livre) que impede que os provedores de internet favoreçam alguns apps ou sites em relação a outros. O temor é causado pela escolha de Trump, que nomeou como líder da Comissão Federal de Comunicação Ajit Pai, um feroz opositor da neutralidade na web.
"Precisamos transformar os cortes e remover aquelas regras que estão causando obstáculos para os investimentos, a inovação e a criação de postos de trabalho", disse Pai ao assumir o cargo, em um discurso semelhante ao feito por Trump ao revogar as normas climáticas. (ANSA)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.