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No dia do 'Brexit', premier britânica pedirá 'união'

29/03/2017 07h37

LONDRES, 29 MAR (ANSA) - O governo do Reino Unido entregará às 13h30 (8h30 em Brasília) desta quarta-feira, dia 29 de março, a carta em que notifica a União Europeia sobre o acionamento do artigo 50 do Tratado de Lisboa, que iniciará o processo de saída do país do bloco.   

Já assinado pela primeira-ministra Theresa May, o documento será entregue pelo embaixador britânico na UE, Tim Barrow, a Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, o principal órgão político da união. Pouco depois, o polonês deve fazer uma declaração à imprensa.   

Apenas 200 metros separam a sede da representação permanente de Londres na UE do gabinete de Tusk, em Bruxelas, capital da Bélgica e do bloco. Ainda nesta quarta, May fará um pronunciamento ao país e dirá que é o momento de "união", em resposta aos anseios separatistas da Escócia.   

"Somos uma grande união de pessoas e nações com uma história da qual se orgulhar e com um futuro brilhante", dirá a primeira-ministra, segundo um trecho do discurso divulgado antecipadamente pela imprensa britânica. May também prometerá "representar" todas as pessoas que vivem no Reino Unido, inclusive cidadãos europeus.   

Antes da entrega da carta a Tusk, a premier conversou por telefone com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel. A retirada do país da UE foi aprovada por uma estreita margem em um referendo realizado em junho do ano passado, quando 51,89% dos eleitores votaram a favor do chamado "Brexit", termo em inglês para "saída britânica".   

Com a ativação do artigo 50 do Tratado de Lisboa, Londres e Bruxelas começarão a negociar os termos do divórcio, em tratativas que, segundo previsões do governo do Reino Unido, devem durar dois anos. Contudo, o próprio presidente do Conselho Europeu acredita que o processo pode levar até sete anos.   

Para que o rompimento ocorra efetivamente, os parlamentos de cada um dos 27 países remanescentes precisarão aprovar a nova relação entre Londres e o bloco. Em 60 anos de história, será a primeira vez que a UE perde um Estado-membro. (ANSA)
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